Por Luana Maria Benedito

SÃO PAULO (Reuters) – O Brasil abriu 159.454 vagas formais de trabalho em outubro, resultado bem abaixo do esperado, de acordo com o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgado nesta terça-feira pelo Ministério do Trabalho e Previdência.

O resultado do mês passado, fruto de 1,789 milhão de admissões e 1,630 milhão de desligamentos, foi o pior desde março deste ano, quando o país abriu apenas 96.927 postos de trabalho em termos líquidos, de acordo com dados ajustados.

A leitura ainda foi a mais fraca para meses de outubro desde 2019, quando o país abriu 70.852 vagas, segundo série sem ajuste.

A expectativa em pesquisa da Reuters era de que o Brasil registraria saldo positivo de 238 mil empregos em outubro.

Segundo economistas, a desaceleração na criação de empregos no Brasil no início do terceiro trimestre refletiu o impacto defasado do forte aperto monetário promovido pelo Banco Central, que levou a taxa Selic para os atuais 13,75%.

No acumulado dos dez primeiros meses do ano, o saldo de empregos formais no Brasil está positivo em 2,320 milhões de vagas. No mesmo período de 2021, o superávit era de 2,756 milhões de postos de trabalho, segundo a série com ajustes.

Houve saldo positivo de vagas em quatro dos cinco grandes grupamentos de atividades econômicas no mês passado, com destaque para serviços, que abriram 91.294 postos. Houve criação de 14.891 empregos formais na indústria, 49.356 no comércio e 5.348 no setor de construção.

Na agropecuária, por sua vez, foram fechados 1.435 postos de trabalho em termos líquidos.

Os dados mostraram superávit de empregos criados em todas as cinco regiões do país. O Sudeste abriu o maior número de vagas, com leitura de 80.740, seguido por Nordeste (32.223), Sul (31.244), Centro-Oeste (8.409) e Norte (7.266).

Com relação ao salário médio real de contratação, houve queda em outubro para 1.932,93 reais, de 1.940,21 no mês anterior, de acordo com a série sem ajustes.

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