O Brasil assumiu a presidência temporária do Mercosul na reunião que acontece nesta terça-feira, 4, em Puerto Iguazú, na Argentina. 

Entenda 

  •  Brasil vai assumir a presidência do Mercosul buscando retomar integração regional;
  •  Destravamento de acordo com a União Europeia será o principal ponto da gestão;
  •  O presidente Luiz Inácio Lula da Silva chamou a proposta da UE de inaceitável. Bloco deve elaborar uma contraproposta.

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Buscando retomar uma agenda de integração regional, o Brasil terá inúmeros desafios no comando do bloco, sendo o maior deles a conclusão do acordo com a União Europeia. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vai participar da reunião.  

O ministro das relações exteriores, Mauro Vieira, afirmou em seu discurso na Reunião Ordinária do Conselho do Mercado Comum (CMC) na segunda-feira, 3, que os países membros do bloco vão apresentar, dentro de poucos dias, uma contraproposta para a União Europeia (UE) sobre o acordo birregional entre os dois blocos. 

“Buscaremos fazer com que os acordos comerciais sejam benéficos para todos, além de preservar a capacidade do Estado de zelar pelos mais vulneráveis – algo que se mostrou vital no enfrentamento global da pandemia”, declarou. 

A última proposta da União Europeia sobre o acordo foi chamada de inaceitável pelo presidente Lula. Ele afirmou que o bloco precisa abrir mão do protecionismo de seus mercados para que a negociação avance. 

Além de Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai, o Mercosul conta com Colômbia, Bolívia e Chile como Estados Associados. A Venezuela faz parte do bloco desde 2012, mas está afastada desde o final de 2016 por conta fatores de ordem técnica e política.  

China

Um dos debates que o bloco terá que enfrentar é um acordo com a China. O país asiático e o Uruguai se aproximaram nos últimos meses e um acordo bilateral de livre comércio entre os dois países foi cogitado, o que não seria possível por conta da presença uruguaia no Mercosul. 

O presidente Lula disse, nesta terça-feira, 4, que há possibilidades de negociação com a China no futuro. “Vamos revisar e avançar nos acordos em negociação com Canadá, Coreia do Sul e Cingapura. Vamos explorar novas frentes de negociação com parceiros como a China, a Indonésia, o Vietnã e com países da América Central e Caribe”, prometeu.

Confira outros acordos centrais da gestão brasileira

EFTA

O secretário de assuntos econômicos do Itamaraty, o embaixador Mauricio Carvalho Lyrio, reforçou que outro acordo que está em fase avançada é com o EFTA, que consiste em países europeus que não  fazem parte da União Europeia: Noruega, Suíça, Islândia e Liechtenstein.  O acordo foi concluído em 2019, após 10 rodadas de negociação. No entanto, há algumas pendências ainda não resolvidas. 

Cingapura

O terceiro acordo que está em fase final de negociação é com Cingapura. O acordo começou a ser negociado em 2018 e existe a expectativa de que ele avance durante a presidência Pro Tempore do Brasil. De acordo com Lyrio, o acordo está em “considerável grau de avanço”. Outros acordos que podem avançar sob a gestão brasileira são os com o Canadá, Indonésia e Vietnã.