Na semana passada, elevou a nota de crédito do País, o chamado rating soberano, de Baa3 para Baa2, com a possibilidade, registrada no relatório, de nova revisão para cima em poucos meses, caso algumas condicionantes de desempenho sejam cumpridas. Para além das siglas, essa evolução de status pode representar mais entrada de dólares no mercado interno. Na prática, a boa nota é um aval de que os títulos emitidos pelo governo estão ainda mais seguros para os investidores internacionais. 

Nada, na verdade, que eles não soubessem. Antes da Moody’s, outros dois conceituados organismos da área já haviam feito o mesmo. As agências Fitch e Standard & Poor’s, ainda no início do ano, tinham colocado o Brasil entre as melhores e mais seguras praças para se investir. Moody’s, ao que parece, quis esperar o resultado dos primeiros meses do novo governo antes de se pronunciar. Temia a ameaça de uma rota insustentável de crescimento que provocasse inflação de maneira descontrolada. 

 

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Acredita agora que tais indicadores estão dentro do eixo. Admite inclusive que a posição brasileira é bem mais confortável do que a da maioria dos países europeus e resolveu colocar, pela primeira vez, uma nação latina à frente da antes venerável Irlanda – hoje em condição pré-falimentar. As autoridades daqui já haviam comemorado o fato de o País ter superado os EUA no quesito confiança dos investidores, segundo o “credit default swap” (CDS), um índice que funciona como espécie de seguro contra a inadimplência. O upgrade da Moody’s praticamente sela uma unanimidade em torno da saúde da economia nacional.  

 

Desde 2009 o País já era considerado grau de investimento pela agência, mas a percepção de melhora na capacidade de pagamento das contas e na geração de superávits e de reservas do BC – enquanto o mundo vira de cabeça para baixo em meio à pior crise econômica de todos os tempos – transportou o Brasil para uma condição diferenciada, uma espécie de bom aluno da classe que merece o reconhecimento com as melhores notas.