Exportações

 

Um dado tem deixado o governo de cabelo em pé. No mapa do mundo, o Brasil voltou praticamente à era colonial. Basta ver a pauta de exportações. Neste ano, do total de exportações brasileiras, 75,4% foram commodities, e apenas 13,4%, manufaturados. Há sete anos, em 2005, as commodities representavam 57,5% da pauta, e os manufaturados, 18,5%. A política de juros altos do governo pode ter contribuído para extirpar a inflação com a excessiva valorização do real, mas provocou consequências graves na indústria. O governo percebeu isso, e não vai abrir mão de manter a atual política de juros para baixo, e dólar para cima.

 

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Balança


Sinal amarelo

 

A AEB divulga nesta semana suas previsões para a balança comercial deste ano. O cenário é preocupante. As exportações ficarão bem abaixo dos US$ 256 bilhões do ano passado. A dúvida são as importações, cujo desempenho não tem sido nada animador com o pequeno crescimento da economia. A balança pode até fechar no azul com um pequeno superávit, algo entre US$ 5 bilhões e US$ 10 bilhões. Mas, para José Augusto de Castro, vice-presidente da AEB, não será surpresa se a balança comercial fechar no vermelho, algo que não acontece há 12 anos.

 

 

 


Dólar


Em busca do ouro

 

A crise está feia mesmo. Um empresário falou para outro: “Vou correr atrás do meu segundo milhão de dólares. Do primeiro, já desisti.”

 

 

 

 

Clima


Dias melhores

 

Apesar do PIB fraco deste ano, o clima no Planalto e na Fazenda é de um forte otimismo com o futuro. O lema, agora, é “dias melhores virão”. O governo tem recebido, nos últimos dias, alguns indicadores mostrando que a economia já começou a se recuperar. Entre esses sinais, o aumento da procura de crédito no Banco do Brasil e no BNDES, além de números melhores da China. Na avaliação do Planalto, o pessimismo com a economia está com os dias contados.

 

 

 

 

Telefonia


Novo imbróglio

 

Corre em sigilo na Corte em Londres pedido de arbitragem de Daniel Dantas contra a Telecom Itália. Com base em vários processos vencidos por ele, Dantas acusa a empresa italiana de tê-lo espionado e pede indenização superior a US$ 500 milhões por isso.

 

 

 

 

Homenagem


O CEO do Vaticano

 

Pouca gente sabe que o falecido cardeal Eugenio Sales fora um gestor com mão firme, tendo administrado a Arquidiocese do Rio como o presidente de uma grande multinacional. Um verdadeiro CEO. Embora tenha contratado mais de 1,4 mil pessoas, ao longo de 30 anos, dom Eugenio seguiu uma política conservadora na administração dos recursos. Ao deixar o posto, em fins de 2000, o caixa, em valores da época, tinha aplicações de US$ 1,1 milhão, tudo em renda fixa. Nesse período, a Mitra, empresa responsável pela gestão da Igreja do Rio, adquiriu três imóveis de grande porte. Dom Eugenio, que chegou a ser uma espécie de ministro da Fazenda do Vaticano nos anos 1990, ouvia sempre personalidades como o empresário João Fortes, o ex-ministro Marcilio Marques Moreira e o jurista Célio Borja. A palavra final era sempre dele.

 

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ICMS


Desincentivo

 

O imbróglio criado pelo STF ao excomungar os benefícios concedidos fora do CONFAZ deixou os incentivos fiscais sob uma interrogação permanente. Resultado: inúmeros projetos estão em stand-by, até que, com vontade política, o Executivo e o STF se entendam. A queda nos investimentos no País pode ter a ver com a crise europeia, mas tem muito mais a ver com o buraco negro do ICMS, que segue sem ter quem queira resolvê-lo.

 

 

 

 

Política


Inveja no mensalão

 

Os réus do Mensalão do PT andam com inveja dos réus do Mensalão Mineiro, do PSDB. Isso porque no caso mineiro o processo foi desmembrado, permanecendo no STF apenas dois dos 15 acusados. Já os 38 acusados do processo do PT serão julgados todos pelo STF, que se prepara para realizar em agosto o julgamento. Por sua vez, o processo dos tucanos ainda está na fase de ouvir as testemunhas.

 

 

 

 

Pesquisa


Cai o otimismo

 

Os empresários brasileiros começam a ficar cautelosos com a crise. Segundo a Grant Thornton, 61% dos empresários estão otimistas, uma queda de 25 pontos percentuais em relação ao primeiro trimestre. Com a redução, o Brasil caiu da 2ª para a 8ª posição no ranking mundial de otimismo. O índice global foi de 23%, quatro pontos percentuais acima do trimestre anterior. 

 

 

 


Unica


Pule de 10

 

O conselho de administração da União da Indústria de Cana-de-açúcar (Unica) irá se reunir na terça-feira 17 para decidir quem deve assumir a presidência da entidade. O nome mais provável é o de Elizabeth de Carvalhaes, que atualmente preside a Associação Brasileira de Celulose e Papel (Bracelpa). Caso se confirme a escolha, será a primeira mulher na história a presidir a unica.

 

 



Belo Monte


Índio emergente 

 

Os líderes indígenas que ocupam um dos canteiros de obras de Belo Monte declararam que só voltarão para as ocas em troca de 40 picapes, 23 tratores, 20 barcos, 12 micro-ônibus, nove ambulâncias e três motos. Também pedem 303 casas de alvenaria com energia elétrica, antenas de telefonia celular e internet sem fio, além de 1,3 mil cabeças de gado. Tem mais: cada líder exige um depósito em dinheiro que varia de R$ 3 milhões a R$ 5 milhões.

 

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Navio


Mais encomendas

 

A OSX, de Eike Batista, fechou contrato com dois novos clientes. Para a Sapura, a companhia irá construir um navio lançador, no valor de US$ 263 milhões e, para a Kingfish, construirá 11 navios-tanque. Essas embarcações serão fretadas pela Kingfish à Petrobras. O valor aproximado desse contrato é de US$ 732 milhões, com entregas previstas para ocorrer até 2017.

 

 

 

 

Mercado


Medo de água

 

As oscilações da Bolsa assustaram muita gente. em 12 meses, mais de 20 mil pessoas abandonaram o barco e o número de pessoas físicas na Bovespa caiu de 603 mil para 580 mil. esqueceram da regra: venda na alta e compre na baixa.

 

 

 

 

Fábrica


Rio iluminado

 

A nova fábrica de lâmpadas que a GE quer instalar no Brasil deve se fixar no Rio de Janeiro. O secretário de Desenvolvimento do Estado, Julio Bueno, negocia diretamente com a empresa. Mais recentemente, o Estado também foi escolhido para ser a sede do seu primeiro centro de tecnologia na América Latina, um projeto de R$ 500 milhões.

 

 

 


Patrocínio


A tocha olímpica

 

Há poucos dias, um funcionário do Bradesco, o principal patrocinador da Olimpíada de 2016, foi uma das 8 mil pessoas que conduziram a tocha olímpica no trajeto de Olímpia, na Grécia, até Londres, onde irá chegar no próximo dia 27. Hoje uma tradição, o revezamento da tocha começou em 1936, nos jogos de Berlim, que ficaram marcados pela derrocada do mito da supremacia ariana de Hitler, atropelado pela vitória do atleta negro americano Jesse Owens. A tocha de 1936, uma raridade, foi recém-comprada pelo Bradesco de um colecionador em Lausanne, na Suíça, e será exposta, junto com a de Londres, na Casa das Olimpíadas, no Rio.

 

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Colaborou: Flávia Gianini e Marina Rossi