26/02/2021 - 14:00
O Brasil registrou uma taxa de desemprego de 13,9% no quarto trimestre de 2020, ano marcado pela pandemia e com a maior taxa de desemprego média anual desde 2012, segundo dados oficiais divulgados nesta sexta-feira (26).
A taxa de desocupação entre outubro e dezembro de 2020 (13,9%) foi inferior à registrada entre julho e setembro (14,6%), que havia batido recorde na medição trimestral, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Mas a taxa média anual para 2020 foi de 13,5%, a maior desde 2012, informou o IBGE. Em 2019, essa média era de 11,9%.
Os números divulgados nesta sexta-feira equivalem a cerca de 13,4 milhões de pessoas que estão em busca de trabalho.
Em 2020, “a necessidade de medidas de distanciamento social para o controle da propagação do vírus paralisaram temporariamente algumas atividades econômicas, o que também influenciou na decisão das pessoas de procurarem trabalho”, disse a analista do IBGE Adriana Beringuy.
“Com o relaxamento dessas medidas ao longo do ano, um maior contingente de pessoas voltou a buscar uma ocupação, pressionando o mercado de trabalho”, acrescentou.
A pandemia afetou amplamente os trabalhadores do setor informal, que em 2020 representavam 38,7% do total do país, segundo o IBGE.
Um terço dos 212 milhões de brasileiros sobreviveu no ano passado graças ao auxílio governamental mensal (de R$ 600).
Mas o auxílio, reduzido pela metade em setembro, foi interrompido em janeiro, por causa da difícil situação fiscal que o governo Jair Bolsonaro enfrenta.
O presidente estuda junto ao Congresso sobre a possibilidade de retomar uma quantia ainda menor desses pagamentos a partir do mês que vem, mas ainda não se chegou a um acordo.
O Brasil registra uma segunda onda da pandemia do novo coronavírus desde novembro, que ameaça colapsar simultaneamente o sistema de saúde de vários estados.
A vacinação começou em janeiro, mas avança lentamente, e menos de 3% da população recebeu a primeira dose até agora.
Com 1.541 mortes nas últimas 24 horas (o segundo pior registro diário desde o início da pandemia), o Brasil superou as 250 mil mortes e é o segundo país mais enlutado pela pandemia, depois dos Estados Unidos.