28/07/2025 - 18:36
O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin, afirmou nesta segunda-feira, 28, que o governo brasileiro mantém um diálogo “com reserva” com os Estados Unidos a respeito da nova política de tarifas. Segundo ele, as conversas ocorrem por meio dos canais institucionais.
+ Tarifaço de Trump: quais países já conseguiram fechar acordos?
Em entrevista à imprensa em Brasília, Geraldo Alckmin não apresentou elementos concretos sobre o andamento da negociação. Contudo, reforçou que todo o empenho do governo nesta semana é para “resolver o problema” da taxação de 50% sobre produtos brasileiros exportados aos EUA, prevista para entrar em vigor na próxima sexta-feira, 1º de agosto.
“Reflita a importância do Brasil”, diz Lula
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu nesta segunda-feira ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que reflita sobre a importância do Brasil e negocie as tarifas comerciais impostas ao país, às vésperas da entrada em vigor de uma taxa de 50% sobre as importações brasileiras aos EUA nesta semana.
“Eu espero que o presidente dos Estados Unidos reflita a importância do Brasil e resolva fazer aquilo que no mundo civilizado a gente faz: tem divergência? Tem, sente numa mesa, coloque a divergência do lado e vamos tentar resolver”, disse Lula em discurso durante cerimônia da inauguração de usina termelétrica a gás natural no Estado do Rio de Janeiro.
O presidente afirmou que não é correto “de forma abrupta e individual” anunciar tarifas de 50% sobre os produtos brasileiros, como fez Trump em carta destinada a Lula e publicada na rede social do líder norte-americano no início deste mês.
Trump vinculou as tarifas, que ele disse que entrariam em vigor em 1º de agosto, ao tratamento do Brasil ao ex-presidente Jair Bolsonaro, que está sendo julgado sob acusação de tramar um golpe para impedir que Lula assumisse o cargo.
O governo brasileiro tem tentado reabrir os canais de negociação com os Estados Unidos, mas até agora não obteve sucesso.
Nenhuma nova rodada de negociações diplomáticas ocorreu desde o mês passado, e uma contraproposta brasileira enviada em maio ficou sem resposta, disseram à Reuters dois diplomatas com conhecimento do assunto.
A falta de comunicação deixa o Brasil com cada vez menos opções à medida que o prazo se aproxima.