04/01/2012 - 21:00
Finanças
Ano novo, vida nova para o Banco PanAmericano
O BTG Pactual, o Banco PanAmericano e o Grupo Ourinvest anunciaram na quarta-feira 28 a venda de 100% da holding Brazilian Finance e Real Estate (BRFE), por R$ 1,215 bilhão. Com a operação, o PanAmericano, que tem a Caixa como sócia, finca o pé em grande estilo no mercado financeiro imobiliário do País. A BRFE controla, entre outras empresas, a Brazilian Mortgages e a Brazilian Securities, e é líder em securitização de recebíveis e na gestão de fundos imobiliários. “A lógica do negócio é ganhar musculatura para continuar crescendo”, diz Fábio Nogueira (à esq.), principal executivo da BRFE. Com a compra, o BTG assume uma potência com R$ 14 bilhões em recursos de terceiros. O PanAmericano, controlado pelo BTG de André Esteves, receberá injeção de R$ 1,8 bilhão em capital novo. Segundo José Acar Pedro, presidente do PanAmericano, é “bastante provável” que a Caixa participará da capitalização.
Sobretaxa
Portas abertas ao etanol
Em meio à crise econômica, o Congresso dos EUA resolveu sair de férias sem renovar as medidas fiscais, que desde 1980 dificultavam a entrada do álcool brasileiro no país. Até o momento, quem usava o etanol de cana-de-açúcar produzido no Brasil pagava uma sobretaxa de US$ 0,27 por litro, tornando o produto menos atrativo diante do similar americano, produzido a partir de milho. Em curto prazo, porém, dificilmente o País poderá se beneficiar com a queda das barreiras, já que a produção atual de etanol é insuficiente até para abastecer o consumo interno.
Comércio
Brasil-EUA longe da crise
A relação comercial entre o Brasil e os EUA ignorou a crise financeira mundial neste ano. Números do Departamento de Comércio americano mostram que houve crescimento nos embarques de produtos feitos nos EUA para o Brasil, e vice-versa. Entre janeiro e novembro, a corrente comercial entre os dois países atingiu US$ 54 bilhões, um aumento de 29% em relação aos US$ 42 bilhões do mesmo período de 2010. Confira os itens que mais foram importados e exportados entre os dois maiores mercados do continente.
Fusão
Portobello e Eliane no altar
As rivais catarinenses Portobello e Eliane resolveram se unir para formar uma empresa líder no setor cerâmico brasileiro e uma das maiores produtoras mundiais. Um memorando de entendimentos entre as companhias foi anunciado na sexta-feira 23. Juntas, as duas empresas faturaram R$ 1,1 bilhão neste ano, com a produção de 60 milhões de metros quadrados de pisos e azulejos. O casamento das duas fabricantes agradou aos investidores. As ações da Portobello subiram 12% no dia da fusão.
PIB
Rumo ao 4º lugar
O PIB do Brasil já é o 6º maior do mundo e pode subir mais duas posições em duas décadas:
Montadora
Audi investe US$ 17 bi
Até 2016, a montadora alemã Audi planeja investir US$ 17 bilhões em novos produtos e nas fábricas existentes, principalmente na Alemanha. Boa parte dessa quantia será destinada ao desenvolvimento de novos modelos, além de tecnologias para motores elétricos ou híbridos. A Volkswagen, controladora da Audi, por sua vez, informou que vai contratar cerca de 1,2 mil funcionários para suas fábricas alemãs.
Telefonia
Carlos Slim ataca
A companhia mexicana de telefonia América Móvil, dona da Claro, da Embratel e da NET no País, investirá R$ 10 bilhões no Brasil em 2012. A cifra é superior ao investimento de US$ 9,4 bilhões feito em 2011 pelas três empresas do grupo no mercado brasileiro. Com o dinheiro, será construído um duto de cabo submarino entre os EUA e o Brasil para o tráfego de dados.
Empresas
O novo X de Eike
O bilionário Eike Batista anunciou, na segunda-feira 26, a criação de uma nova empresa, em parceria com o Grupo Newrest. A NRX-Newrest vai atuar no segmento de prestação de serviços aéreos e ferroviários, setor que movimenta R$ 13 milhões ao ano.
Descuido
Passagens nas alturas
Com um aumento de 56%, o preço da passagem aérea foi o que mais apresentou alta entre janeiro e novembro, segundo levantamento da Tendências Consultoria Integrada. No ranking dos produtos que mais contribuíram para a inflação, aparecem a seguir alimentos como mandioca, quiabo, tomate e pimentão. A pesquisa considera as variações no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
Crise
Gigante sem dinheiro
O grupo suíço Petroplus, maior refinador independente da Europa, informou, na terça-feira 27, que está sem dinheiro para comprar petróleo, depois que os bancos congelaram uma linha de crédito de US$ 1 bilhão. O grupo compra 500 mil barris por dia para abastecer 12 países do continente. Segundo o diretor financeiro do Petroplus, Joseph Watson, a situação é a mais dramática da história da empresa, que dispõe de estoques para apenas dez dias. Sem crédito, a produção será interrompida.
Moda
A novidade de Louboutin
O designer francês Christian Louboutin lançou, na segunda-feira 26, a linha Louis Spike, ultracolorida e metalizada, inspirada no Natal. O estilista também divulgou a coleção Louis Men’s Flat Spikes, com itens chamados de “UAU”, que chega às prateleiras com a promessa de brilhar na Primavera-Verão 2012. Em sua loja de produtos masculinos, em Paris, as peças mais chamativas adornadas com tachas, brilhos e rebites, são as mais vendidas.
Processo
Os piratas da Warner Bros
A Louis Vuitton está processando a Warner Bros em razão de uma cena do filme Se beber, não case II. A grife francesa alega que os estúdios usaram uma cópia falsificada de uma de suas bolsas, induzindo o público ao erro e prejudicando os esforços da companhia na luta contra a pirataria. Para que a Warner Bros se redima, a grife exige parte dos lucros do filme – que arrecadou US$ 580 milhões –, a destruição das cópias piratas da bolsa e o pagamento das despesas do processo. Essa bolsa vai sair caro.
Entrevista
“O Brasil tem oportunidades infindáveis”
As cerca de 100 gestoras de private equity no Brasil já têm quase US$ 40 bilhões aplicados em empresas no País. É pouco se comparado ao peso da atividade no mundo, que contabilizava, em 2008, US$ 2,5 trilhões em ativos geridos. Mas não é nada mau para um setor que só foi regulamentado por aqui em 2003. Apontadas como uma alternativa interessante em tempos de crise, por injetarem recursos em companhias em crescimento, as instituições de private equity têm um papel fundamental também em momentos de economia próspera, avalia Clovis Meurer, vice-presidente da Associação Brasileira de Private Equity & Venture Capital. “O setor tem papel extremamente importante porque complementa os capitais necessários”, diz Meurer. E o Brasil oferece boas opções de lucro? “O País tem oportunidades infindáveis.”
O Brasil vive um momento sui generis da sua economia, mas o mundo ao redor continua em marcha lenta. Como fica a relação dos investidores estrangeiros com o País?
De toda crise, vamos tirar oportunidades. O Brasil, sem dúvida alguma, dispõe de um cenário extremamente favorável. Tem uma economia consolidada, é um país democrático, com instituições que funcionam. Há muitas dificuldades, é certo, precisamos melhorar o custo Brasil, por exemplo. Mas os prós são muito maiores que os contras.
Que áreas chamam a atenção das empresas do setor?
Infraestrutura, óleo e gás, petróleo… Há uma busca grande de fundos de investidores para explorar empresas de energia, incluindo aí eólicas. São oportunidades infindáveis. E também aeroportos, portos, enfim, infraestrutura de modo geral.
O sr. está otimista com 2012?
Sim, o setor continua crescendo, e há a expectativa da entrada de vários fundos novos no mercado brasileiro. Ou seja, o cenário é muito positivo.
Com a crise lá fora, as instituições de private equity são uma alternativa para que as empresas levantem recursos?
Não apenas nos momentos de crise, mas nos de crescimento também, porque o private equity supre capitais da economia real. Com os fundos, qualquer negócio, qualquer empresa que queira acelerar seu crescimento, aproveitar as oportunidades na crise ou em fase de crescimento da economia, tem a alternativa de complementar os capitais necessários.
É o caso do Brasil nos próximos anos, então…
Certamente, vamos ter cada vez mais espaço. Há tudo por fazer e construir. Estradas, armazéns, setor agrícola, uma população que demanda novos produtos e serviços… Toda essa atividade precisa ser financiada e aí há um cenário muito favorável.
Colaborou Bruna Borelli