14/10/2022 - 15:18
O ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, disse nesta sexta-feira, 14, que, em meio à crise energética, o Brasil vai levar para a COP27, a próxima conferência do clima da Organização das Nações Unidas (ONU), as oportunidades de investimento em energia verde.
Ao participar da abertura de um debate na Amcham, a Câmara Americana de Comércio, sobre a participação brasileira na COP27, que vai acontecer entre os dias 6 e 18 de novembro no Egito, o ministro adiantou que o governo vai levar ao evento a mensagem de que o Brasil é parte da solução da crise energética.
Segundo o ministro, o mundo, em busca de substitutos ao petróleo e gás fornecidos pela Rússia, está de olho na energia limpa gerada pelo Brasil. “É isso que a gente pretende levar para a COP”, declarou.
Durante o evento, Leite cobrou também participação de setores produtivos no desenvolvimento do mercado de carbono. Até agora, informou o ministro, entre 11 e 12 setores assinaram memorandos de colaboração para a implementação do decreto que cria o mercado regulado de carbono. Ele citou os setores mais intensivos em emissões como o maior desafio.
A Câmara de Comércio Internacional (ICC Brasil) estima em US$ 120 bilhões o potencial de receitas que o Brasil pode perseguir com créditos de carbono até 2030. Leite lembrou que assumiu o ministério do Meio Ambiente justamente com a missão de criar o mercado de crédito de carbono. Conforme sustentou o ministro, os acordos bilaterais de transações de crédito de carbono com o Japão e os Emirados Árabes Unidos são o pontapé para esse mercado começar a funcionar.
“Os investimentos virão e o Brasil vai se tornar um protagonista nesse mercado”, disse o ministro, acrescentando que a capacidade de gerar créditos a custo mais baixo será um atrativo para os demais países investirem no Brasil.
Plano atrelado à reforma tributária
Joaquim Leite disse também que o governo trabalha num plano de incentivo à economia verde que estará atrelado à reforma tributária. Ao participar do evento na Amcham, o titular da pasta responsável pela execução de políticas ambientais afirmou que os tributos devem ser um “diferencial” nos estímulos para a transição do País em direção à economia de baixo carbono.
“Temos feito reuniões sobre como incentivar essa economia. Os tributos devem ser, sim, um diferencial para que isso aconteça”, declarou o ministro.
O plano, disse, está sendo coordenado pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, com participação, além do Ministério do Meio Ambiente e dos Ministérios da Agricultura e da Infraestrutura.
“A gente deve soltar um plano de crescimento verde e parte dele vai ser muito atrelada à reforma tributária”, disse Leite, manifestando também confiança no apoio do Congresso para avançar em projetos que visam economia de baixo carbono.