Na terça-feira (5), foi divulgada a pior notícia do ano para a economia brasileira: o Pisa 2022. A avaliação é conduzida desde 2000 pela Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) e reúne estudantes de 15 anos (equivalentes a entrantes no Ensino Médio) de países do mundo inteiro. Nas provas (divididas nos campos de Ciências, Leitura e Matemática), feitas no ano passado e cujos resultados foram divulgados agora, o Brasil passa vergonha. Pior. Não sai das mesmas degradantes posições desde que o Pisa é realizado. Oficialmente, o governo divide a responsabilidade com estados e municípios – nossa estrutura educacional federativa demonstra não estar funcionando nada. O ministro da Educação, Camilo Santana, afirmou que “nenhuma ação de melhoria da qualidade da educação irá acontecer sem a participação, contribuição e o compromisso dos estados e municípios”. E sem um salto na educação, não se pode falar numa Nação economicamente viável e sustentável.

IBGE
Pobreza cai, mas é gigante

Sabe aquela historiazinha de olhar o copo pela metade cheia ou pela metade vazia? Ela é destruída em algumas situações. O percentual de pessoas em situação de pobreza (rendimento de até R$ 637 por mês) no Brasil caiu de 36,7% em 2021 para 31,6% em 2022. Havia 78 milhões em 2021 e o número foi para 67,8 milhões. Já na extrema pobreza (até R$ 200 por mês) havia 19,2 milhões há dois anos e o número caiu para 12,7 milhões. Percentualmente, de 9% para 5,9%. São quedas expressivas, e bem-vindas, mas em números absolutos falamos de pelo menos 64 milhões de brasileiros nas faixas de extrema pobreza e pobreza. Ou seja, o maior país da América do Sul é o Brasil. O segundo é o número de pobres brasileiros. O IBGE considerou, nessa análise, os parâmetros do Banco Mundial de US$2,15/dia para extrema pobreza e de US$ 6,85/dia para a pobreza. Os dados estão na Síntese de Indicadores Sociais 2023 e foram divulgados na quarta-feira (6) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

CADÊ O LOUCO?
Javier Milei nomeia presidente do BC argentino

Em mais uma amostra de que parecia mais latir que morder, o novo presidente argentino, Javier Milei, anunciou na terça-feira (5) o novo presidente do Banco Central do país, Santiago Bausili. A promessa de implodir a instituição aparenta, assim, ter se distanciado da realidade. Bausili foi colega de formação do novo ministro da Economia, Luis Caputo, na Cardenal Newman, um dos colégios mais exclusivos de Buenos Aires, que também recebeu o ex-presidente Mauricio Macri como aluno – e ele teve tanto Caputo quanto Bausili em seu governo (2015-2019). Após se despedirem da gestão pública, em 2020, a futura dupla de ferro da economia sob Milei criou com outros sócios a consultoria Anker Latin America.

CRISE LATINA
Maduro quer parte da Guiana

Por essa o presidente Lula não esperava. Focado em ser o promotor da paz entre Rússia e Ucrânia ou tentar papel missionário na crise Israel-Hamas, ele agora vai ter um problema internacional para chamar de seu. Isso porque a Venezuela pretende anexar parte da Guiana (a parte rica em petróleo, diga-se) a seu território. Bem, a Venezuela não. Quem quer isso é seu presidente, Nicolás Maduro. No domingo (3), um plebiscito sobre o tema foi feito. Metade dos venezuelanos apareceu – segundo dados oficiais, já que a oposição diz que foi muito menos – o que foi considerado um fiasco. Não satisfeito, Maduro apareceu na terça-feira (5) numa foto com um novo mapa tendo parte da Guiana sob limites venezuelanos. Vai que é tua, Lula.

Marcelo Camargo/Agência Brasil

“Após tantas décadas de procrastinação, [a reforma tributária] deve ser concluída em breve.”
Arthur Lira presidente da Câmara, na quarta-feira (6) na COP28, em Dubai

EUA
Soft Landing  vista

Tudo o que o Fed, a autoridade monetária americana, quer é fazer a chamada aterrissagem suave da economia, o tal soft landing, o que significa domar a inflação sem forçar uma recessão. E após uma nova safra de dados sobre o mercado de trabalho, os especialistas dizem que é isso mesmo que está em curso. As vagas de emprego recuaram para 8,7 milhões em outubro (menos 617 mil em um mês), o nível mais baixo desde março de 2021, afirmou o Departamento do Trabalho dos EUA na terça-feira (5). Retirar essa pressão será decisivo no controle inflacionário, o maior índice em quadro décadas. A próxima reunião do Fomc, o comitê de política monetária dos EUA, acontecerá entre terça e quarta-feira (12 e 13).

ECONOMIA
PIB: crescimento passo a passo

(Divulgação)

Pelo terceiro trimestre seguido, o PIB brasileiro cresceu. Segundo o IBGE, a alta foi de 0,1% no terceiro trimestre do ano sobre o segundo trimestre. Os dados foram divulgados na terça-feira (5). Assim, foi a terceira sequência de alta, já que houve avanço de 1% no período abril-junho sobre janeiro-março e de 1,4% no primeiro trimestre sobre o quarto tri do ano passado. Entre janeiro e setembro, o acumulado aponta alta de 3,2%, na comparação com o mesmo período do ano passado. Entre os grandes setores, Indústria e Serviços avançaram 0,6% cada – o setor de Serviços representa cerca de 67% da economia brasileira. O lado negativo veio do Agronegócio, que recuou 3,3%, mas não assusta. Segundo a coordenadora de Contas Nacionais do IBGE, Rebeca Palis, o desempenho do terceiro trimestre era esperado. “Há a comparação de um trimestre em que há um grande peso da soja com outro em que ela não pesa quase nada. Portanto, essa queda era esperada, mas está sendo um bom ano para a atividade, que está acumulando alta de 18,1% até o terceiro trimestre”, disse.