O ex-ministro da economia Paulo Guedes esteve nesta quinta-feira, 10, em São Paulo criticou a escolha do governo Lula e do Ministro da Fazenda Fernando Haddad de aumentar impostos. Apesar disso, ele afirmou que o país “está com tudo pela frente”. A declaração aconteceu no evento CRM Bonus Conference.

“O Brasil arremete todos os dias contra ele mesmo, mas a janela de oportunidades se abriu. Estamos na frente na transição energética. Nós somos um país que chegou no baile no final e está limpinho, pronto pra crescer. Mas você precisa fazer escolhas: se é o Estado que vai fazer esse crescimento, aumentando impostos, ou se vai focar na iniciativa privada”, disse, sem citar nenhum nome.

Ordem liberal acabou

Em outra parte do seu depoimento, o ex-ministro afirmou que a ordem liberal que nasceu com o fim da guerra fria acabou por conta da situação política e social dos Estados Unidos e da União Europeia.

“O ocidente achou que as democracias tinham vencido, mas isso não é verdade, foi a ordem liberal que venceu. Agora, o mundo estava em um baile funk, todo mundo dançando, até que a polícia chegou e acabou com tudo. A ordem liberal acabou primeiro com a guerra comercial entre Estados Unidos e China, depois com a pandemia de covid-19 e, por fim, na guerra entre Rússia e Ucrânia. E não se espantem, esse barulho vai aumentar. Não sou eu quem disse isso, foi a secretária (do Tesouro dos EUA) Janet Yellen”, disse.

Guedes também afirmou que o tempo da produção globalizada, onde as grandes empresas lavavam as indústria para a China acabou e agora os países da UE e os Estados Unidos vão levar a produção para “países amigos”.

“Nós não podemos mais ficar expostos àquela região (China). Então vamos trazer a produção para países amigos, a Índia. A Índia é a China de amanhã”, disse.

Volta ao setor público?

O nome do economista ficou em voga nesta quinta-feira por conta da declaração do prefeito Ricardo Nunes que se o ex-presidente Jair Bolsonaro indicar o nome do economista para o seu governo, ele vai aceitar a indicação. 

No mês de julho o ex-ministro foi anunciado como presidente do Conselho da gestora de investimento Legend Capital e tem a tarefa de montar e liderar a equipe especializada em reestruturações corporativas.