BRASÍLIA, 11 fevereiro 2014 (AFP) – O Brasil reduziu sua estimativa para a produção de milho, mas manteve a previsão de uma colheita de grãos recorde no país apesar da seca e das altas temperaturas, informou nesta terça-feira a Companhia de Abastecimento (Conab) do Ministério da Agricultura.

Em uma previsão mensal, a Conab estimou uma colheita recorde 2013/2014 de 193,6 milhões de toneladas (+3,6% sobre a do ano-colheita anterior) para seus principais grãos, principalmente milho, soja e arroz.

Há um mês, contudo, a Conab considerou que esta alcançaria 196,7 milhões de toneladas.

A colheita de milho deve alcançar os 75,5 milhões de toneladas (abaixo dos 79 milhões estimados em janeiro, uma redução de mais de 6% em relação à colheita anterior). Essa redução já tinha sido estimada “devido a preços menos estimulantes”, segundo a Conab.

A produção de soja chegaria a 90 milhões de toneladas, 10,4% a mais que o ano-colheita anterior, embora levemente abaixo dos 90,3 milhões previstos em janeiro.

“Houve uma situação de falta de chuva e calor que afetou especialmente o sul do país, que já começa a se refletir e pode levar a outras reduções da previsão de colheita”, explicou à AFP o analista da consultora Spot Rafael Ribeiro.

Ribeiro considerou que, apesar dos problemas climáticos, a produção de soja continuará sendo recorde.

O presidente da Conab, Rubens Rorigues do Santos, minimizou os efeitos da seca: “as expectativas favoráveis foram confirmadas”, disse.

O IBGE também projetou, nesta terça-feira, uma colheita recorde para 2014 de 193,9 milhões de toneladas, 3% maior que a do ano anterior, que também foi histórica com 188,2 milhões de toneladas.

O IBGE considerou que a produção de soja aumentará 11,7% acima do recorde anterior de 81,6 milhões de toneladas do ano anterior, enquanto a do milho deve cair 6% em relação aos 80,5 milhões de toneladas de 2013.

O Instituto alertou em um comunicado que a projeção foi calculada na segunda quinzena de janeiro, “e ainda não foram registrados os efeitos negativos das elevadas temperaturas e a baixa pluviosidade que afeta especialmente o sul e o sudeste” do país.