11/08/2025 - 15:10
São Paulo, 11 – O secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), Guilherme Campos Júnior, afirmou nesta segunda-feira, 11, que o Brasil se fortalece no cenário agropecuário global enquanto os Estados Unidos enfrentam uma grave crise sanitária aviária e inflação de alimentos. Durante a abertura do 24º Congresso Brasileiro do Agronegócio (Abag), em São Paulo, ele citou que a influenza aviária provocou o abate de quase 180 milhões de aves no país norte-americano, afetando a oferta e pressionando preços, enquanto no Brasil o único foco registrado foi controlado no Rio Grande do Sul, com 17 mil aves abatidas.
“A inflação dos alimentos lá está no auge. Faltaram ovos nos Estados Unidos”, disse o secretário, ressaltando que “a sanidade brasileira botou o País num outro patamar”. Segundo ele, esse diferencial contribui para consolidar o protagonismo internacional do agro nacional, resultado de “trabalho de gerações que vem se consolidando ao longo dos anos”.
Campos avaliou que o crescimento do Brasil incomoda concorrentes e que, quando um país alcança relevância no setor, outros buscam “armas e ferramentas” alternativas para competir, numa referência indireta às tensões comerciais. Ele também posicionou o País como líder na transição energética, citando a trajetória iniciada com o Proálcool nos anos 1970. “O Brasil não precisa provar nada para o mundo a respeito da transição energética e da captura do crédito de carbono. O maior showroom da transição energética do mundo está aqui no Brasil”, afirmou.
O secretário destacou, ainda, o leilão internacional do programa Brazilian Greenway, que mobilizou US$ 30,2 bilhões em fundos para recuperação de terras, com potencial de aplicação mínima de US$ 1,4 bilhão. “São recursos colocados à disposição do produtor para que o agro brasileiro possa estar cada vez mais forte”, disse.
Na pauta da agregação de valor, Campos citou iniciativas em produtos como café e cana-de-açúcar, mencionando Minas Gerais como referência na cafeicultura. “Vamos agregar valor ao café. Sua majestade, o café”, declarou ao governador de Minas Romeu Zema (Novo), presente ao evento. “O Brasil vai sair dessa situação que se encontra hoje muito maior e mais forte do que está entrando”, afirmou, atribuindo essa perspectiva à competência da cadeia do agronegócio e à integração entre diferentes esferas de governo.