Números não mentem, mas um número sozinho pode levar a interpretações precipitadas. É o caso do Censo Bilionário da Wealth-X de 2021. Segundo o levantamento, os 52 brasileiros com mais de US$ 1 bilhão em conta colocam o Brasil no 13º lugar no ranking, à frente de Singapura (50) e dos Emirados Árabes (45). Boa notícia? Só se for para os felizardos da lista.

Para os demais 213.993.389 de cidadãos está longe disso. Enquanto o PIB per capita dos Emirados Árabes, com uma população de 9,9 milhões, é de US$ 36.284,60 e em Singapura é de US$ 72.794,00, em uma população total de 5,4 milhões, no Brasil é de meros US$ 7.518.

Acrescente aí a desigualdade do País que faz com que a fome seja uma realidade para mais de 33 milhões de pessoas e a fortuna dos 52 bilionários some US$ 159 bilhões. No mundo inteiro, cuja população deve chegar a 8 bilhões em novembro, existem apenas 3.311 bilionários que acumularam cerca de US$ 11,8 trilhões em riqueza em 2021, 18% a mais do que no ano anterior.

Evandro Rodrigues

(Nota publicada na edição 1293 da Revista Dinheiro)