05/11/2025 - 6:30
A primeira edição da pesquisa “O planejamento financeiro do brasileiro: da consciência à prática” encomendada pela Planejar (Associação Brasileira de Planejamento Financeiro) ao Datafolha revela que 39% dos brasileiros gastaram mais do que receberam em 2024. No entanto, 64% dos entrevistados afirmaram que planejam suas finanças mensais sempre ou frequentemente e 46% se dizem insatisfeitos com sua condição financeira.
O descontrole financeiro também aparece no fato de que 43% da população não têm dinheiro guardado para emergências. Entre esses, 62% são mulheres e 78% pertencem à classe C. Apesar disso, 59% dos brasileiros se considerarem razoavelmente, muito ou extremamente planejados.
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“A pesquisa revela que as pessoas podem ter visões distorcidas de sua situação. Os altos índices de planejamento financeiro relatados são um verdadeiro contraste com a baixa aderência a ferramentas como seguro de vida ou previdência privada, por exemplo. Uma hipótese para isso é que o próprio conceito do bom planejamento financeiro não é claro para a maioria das pessoas”, afirma Ana Leoni, CEO da Planejar.
O índice de quem gastou mais do que recebeu ano passado sobe para 54% entre os que não se consideram planejados. Mesmo entre os que se consideram planejados, 22% fecharam o ano no vermelho.
A previdência privada é uma realidade distante dos brasileiros. Apenas 15% dos não aposentados possuem um plano de previdência privada. Entre os aposentados, 22% contam com previdência complementar.
O levantamento ouviu 2 mil pessoas em todas as regiões do país, das classes A, B e C, com 18 anos ou mais e acesso à internet. Com abrangência nacional e margem de erro de dois pontos percentuais, o estudo buscou entender como os brasileiros lidam com o dinheiro, quais são as percepções e práticas de organização financeira.
Maioria se programa por conta própria
A busca por apoio para tomar decisões foi outro ponto pesquisado. Seis em cada dez brasileiros (57%) afirmam não contar com ajuda em suas finanças pessoais. A maior parte busca informação por conta própria (34%) e 23% nunca pensaram no assunto.
Entre os que procuram apoio, 42% o fazem por estarem enfrentando problemas financeiros e 40% buscam mais conhecimento. A pesquisa revela também que os jovens de 18 a 24 anos são os mais abertos a buscar ajuda (58%), seguidos pelos de maior renda, especialmente das classes A e B.
“Essa situação evidencia a grande oportunidade para a atuação dos planejadores financeiros pessoais. Apoio especializado, nesse caso, pode encurtar o caminho para as pessoas que que estão buscando esse equilíbrio na vida financeira”, afirma Ana.
