19/11/2025 - 10:00
O percentual de trabalhadores associados a um sindicato voltou a subir pela primeira vez em 2024, depois de mais de uma década de quedas consecutivas. Dados da Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua) mostram que, ao final do ano passado, 8,9% dos brasileiros empregados possuíam vínculo com um sindicato.
Em 2023, os trabalhadores sindicalizados representavam 8,4% do contingente de pessoas ocupadas no país. Em termos absolutos, os sindicatos do Brasil ganharam 812 mil novos associados de um ano para o outro, passando de 8,3 milhões em 2023 para 9,1 milhões ao fim do ano passado.
Apesar do percentual de pessoas sindicalizadas ter voltado a crescer em 2024, a parcela da população ocupada associada a algum sindicato é uma das mais baixas da série histórica do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas). Apesar do aparente aumento no interesse do brasileiro pelo sindicalismo, a realidade é que, em 2012, 16,1% dos trabalhadores eram sindicalizados.

Em 2024, o grupamento de atividade da agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura teve queda na taxa de sindicalização, passando de 15% em 2023 para 14,8% no ano passado. Essa atividade possui participação importante dos sindicatos de trabalhadores rurais, muitos deles de pequeno porte da agricultura familiar, principalmente, nas Regiões Nordeste e Sul.
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Todas os demais grupamentos de atividade apresentaram estabilidade ou crescimento. As maiores variações ocorreram na administração pública, defesa e seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais, e na indústria geral, ambas com um aumento de 1 ponto percentual, alcançando 15,5% e 11,4%, respectivamente. O grupamento de informação, comunicação e atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas, também apresentou aumento de 0,8 ponto percentual, chegando a uma taxa de sindicalização de 9,6%.
Embora o comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas seja responsável por quase 1/5 da população ocupada total, essa atividade registrou taxa de sindicalização de 5,6%, inferior à média observada da população ocupada total (8,9%), após um aumento de 0,5 ponto percentual em relação a 2023.
Todos os grupamentos de atividades apresentaram queda da taxa trabalhadores sindicalizados frente a 2012. Esse panorama é bem ilustrado pelo grupamento de Transporte, armazenagem e correio, que em 12 anos registrou redução de 12,4 ponto percentual – de 20,7% em 2012 para 8,3% em 2024.
Vale lembrar que para os anos de 2020 e 2021, não houve a disponibilização de dados da pesquisa, uma vez que, em decorrência da pandemia de COVID-19, a redução da taxa de resposta da PNAD Contínua trouxe dificuldades para a mensuração de alguns indicadores. Portanto, a série de indicadores disponível no IBGE compreende os períodos de 2012 a 2019 e de 2022 a 2024.
