06/08/2025 - 9:04
Diferenciar os países emergentes dos desenvolvidos ficou menos óbvio – e isso deveria alterar a forma como os investidores enxergam esses mercados, disse o UBS Global Wealth Management num relatório publicado ontem. “As linhas que antes separavam claramente esses mercados estão se desfazendo,” escreve Alejo Czerwonko, o CIO de mercados emergentes nas Américas.
Para Czerwonko, que também é professor adjunto na Columbia University, a maioria dos investidores ainda confia nos provedores de índices, como a MSCI e o JP Morgan, para separar emergentes e desenvolvidos – mas algumas métricas ficaram ultrapassadas, especialmente quando são usadas para generalizar. É o caso, diz ele, do PIB per capita e de índices de pobreza: Coreia do Sul, Chile e Emirados Árabes ainda são classificados como emergentes, embora tenham indicadores melhores que alguns países desenvolvidos.
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Também não faz sentido, na visão do executivo, assumir que todos os emergentes têm baixíssimos níveis de industrialização. “Um rápido olhar para a avançada indústria aeroespacial do Brasil, a liderança de Taiwan em semicondutores, ou as cadeias de suprimento de alta tecnologia da Polônia desfazem essa noção.”
Em relação à instabilidade macroeconômica e inflação, o UBS nota que a maioria dos emergentes aprendeu com os erros do passado e passou a levar a independência dos bancos centrais e a responsabilidade fiscal mais a sério (pelo menos em termos relativos). Como evidência, o banco cita a taxa mediana de inflação dos 24 países que compõem o índice MSCI de Mercados Emergentes, que ficou pouco acima de 3% em 2024.
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