O ano de 2003 ficará para sempre gravado na história da Lojas Colombo. Nesse período, a empresa gaúcha passou a integrar o seleto grupo de companhias com receita superior a um bilhão de reais. Ela também se consolidou como a terceira maior potência do varejo de móveis e eletrodomésticos (atrás da Casas Bahia e do Ponto Frio) com 345 lojas. Investiu R$ 55 milhões em ações de marketing e pôs em marcha um ousado projeto de expansão: foram 42 novos pontos-de-venda. Um cenário perfeito não fosse por um detalhe: os sócios Adelino Colombo, 72 anos, e Miguel Maggioni, de 38, estão engalfinhados numa disputa de poder. Maggioni (que tem 43% do capital) entrou com ações na 2ª Vara Cível de Farroupilha (RS), município onde fica a sede da companhia, pedindo o fechamento imediato das lojas inauguradas em 2003 e o congelamento do plano de expansão. Quer ainda o cancelamento do registro da Credfar, a financeira do grupo na qual já foram aplicados R$ 12 milhões. Para ele, essa subsidiária consume recursos que deveriam ser usados em áreas que têm relação direta com a atividade da empresa. E mais: acusa o sócio de gestão temerária. ?O crescimento está se dando em um ritmo muito acelerado. Isso poderá nos levar à ruína?, avalia Maggioni. ?Deveríamos nos restringir a Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná?.

 

Adelino, dono de 57% do capital, sustenta que as finanças estão equilibradas e que a estratégia é acertada. ?Tudo foi feito com anuência do Conselho de Administração e contou, inclusive, com o voto favorável do representante de Maggioni?, ressaltou Adelino à DINHEIRO. Maggioni argumenta que Adelino usa a condição de sócio majoritário para manipular o Conselho de Administração. ?Quero um novo acordo societário e a profissionalização, de fato, da companhia?, diz Maggioni. Adelino refuta todas as acusações e lamenta a postura do sócio. ?Não sei qual a razão de uma guerra que só vai trazer prejuízo para a companhia.? Adelino avisa que vai tocar o barco. Até o final de 2004 pretende inaugurar 17 lojas em São Paulo e Minas Gerais e fechar o período com faturamento de R$ 1,4 bilhão.