Resiliência. A capacidade de resistir a grandes choques e recuperar sua forma original é vista pela quase bicentenária AngloGold Ashanti Brasil como sua melhor definição, segundo o vice-presidente da sul-africana no País, Lauro Amorim. “Ao longo de quase 200 anos aprendemos a resistir às crises e continuamos firmes em 2021, quando a pandemia, mesmo com os avanços da vacinação, ainda exigiu acompanhamento”, afirmou. A empresa manteve ativo seu comitê de saúde preventiva, com imunização em massa dos empregados, e decidiu adotar modelo híbrido de trabalho nas áreas em que isso foi possível.

Todas as ações acabaram ajudando a AngloGold, uma das maiores mineradoras de ouro do mundo, com presença no Brasil desde o século 19, a fechar 2021 com praticamente a mesma produção do ano anterior, de 13 toneladas de ouro, o que representou 17% do volume global do grupo e faturamento global de mais de US$ 4,4 bilhões. “Termos conseguido manter o nível de produção do ano anterior significou um grande ganho”, afirmou o executivo. Ainda assim o aumento de 31% nos custos, tiveram impactos na planilha: o lucro caiu 34,2% em 2021, para US$ 622 milhões.

LAURO AMORIM Empresa: AngloGold Ashanti. Cargo: Vice-presidente. Destaques da gestão: Investimento em novas tecnologias, atuação social e responsabilidade ambiental. (Crédito:Divulgação)

“Nosso propósito é ser líder na produção de ouro, mas com um desenvolvimento sustentável que nos deixe um legado positivo” Lauro Amorim, vice-presidente.

No acumulado do ano, os investimentos no Brasil chegaram a R$ 1,5 bilhão, sendo que deste total R$ 739,4 milhões foram aportados em novos projetos de disposição de rejeitos a seco nas barragens. No ano passado, a unidade Serra Grande, em Crixás (GO) passou a operar 100% com esse método, considerado mais seguro e sustentável. No geral, a mineradora já registra 55% de implementação da tecnologia nas operações de Minas Gerais e até o fim deste ano planeja expandi-la para todas as barragens.

ESG No Brasil, a AngloGold vem acompanhando as mudanças no País, especialmente nas questões sociais. Segundo Amorim, o entendimento da responsabilidade da empresa foi imprescindível para atravessar as adversidades. Um exemplo foi o apoio ao aplicativo Proximidade (Prox), desenvolvido pela Cemig em parceria com o Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram). O projeto de gestão de riscos aperfeiçoa a política de segurança da população que vive no entorno de minas.

Nesse caminho, a aposta é na mineração 4.0. Adotaram soluções como inteligência artificial, robótica, impressão 3D, realidade aumentada e máquinas autônomas operadas por joystick para operações a metros de profundidade.

Na prática, o investimento salva vidas. Na mina Cuiabá, em Sabará (MG), está em funcionamento o People Tracking, sistema de localização de pessoas, frotas e equipamentos em tempo real. Assim, cada empregado recebe uma pequeno dispositivo para acoplar à cintura. O sistema se conecta a mais de 400 pontos de wi-fi na mina, o que permite identificar a sua localização no subsolo e destacar os brigadistas e a ambulância no mapa 3D do sistema. Com essa ferramenta, a mineradora pretende reduzir o tempo de reação em uma eventual emergência. Hoje, a mineradora tem aproximadamente 8 mil funcionários.

A sustentabilidade das operações se tornou uma preocupação constante. Ações como redução de gases de efeito estufa (GEE) em 30% até o fim deste ano, meta de carbono zero até 2030 e o uso de energia sustentável, por meio de operação de hidrelétricas próprias e compra de energia renovável. A empresa também está eletrificando a frota e deve testar a primeira carregadeira elétrica em subsolo. Para 2022, estão previstos projetos de eficiência energética. “Nosso propósito é ser líder na produção de ouro, mas com um desenvolvimento sustentável que deixe um legado positivo”, disse Amorim. Estão aí os motivos que levaram a AngloGold Ashanti Brasil a ganhar a categoria Mineração de AS MELHORES DA DINHEIRO 2022.