Gigante global do setor de máquinas para a construção civil, a britânica JCB quer construir uma nova estrutura de operação – maior e mais robusta – na América Latina. Na última semana, a companhia anunciou um investimento de R$ 500 milhões em suas operações na região, de olho em seu maior mercado, o Brasil. O objetivo é dobrar seu tamanho até 2030, segundo o presidente Adriano Merigli. Trata-se do maior investimento já realizado pela JCB e um dos maiores do setor na região nos últimos anos. “A modernização aumentará a capacidade e produtividade”, afirmou o executivo. “Temos um plano de alinhamento estratégico para os próximos cinco anos, que é duplicar o tamanho da nossa operação no Brasil, que atende a região da América Latina inteira, do México à Patagônia”, disse.

A JCB, embora não seja conhecida pela maioria dos brasileiros, dispensa apresentações no setor da construção.
A empresa, fundada em 1945, é reconhecida por inventar a retroescavadeira, por exemplo. Hoje ocupa a terceira posição no ranking dos maiores fabricantes globais de equipamentos para construção e uma das líderes mundiais no segmento chamado de máquinas amarelas.
A JCB possui uma fábrica em Sorocaba (SP), atendendo toda a América Latina, onde são comercializadas retroescavadeiras, manipuladores telescópicos Loadall, pás carregadeiras, escavadeiras hidráulicas de esteiras, miniescavadeiras, minicarregadeiras, rolos compactadores e plataformas elevatórias.

Agora, com esse investimento, a multinacional inicia um novo ciclo de expansão, que ocorre dentro de um planejamento de cada cinco anos. Segundo Merigli, a empresa pretende expandir sua presença nos segmentos de pá carregadeira e escavadeira, com o objetivo de aumentar a produção de 5 mil para 10 mil máquinas. Esses segmentos têm sido atendidos no Brasil há apenas cinco anos, ainda havendo 95% do mercado para explorar.

Desde sua chegada ao país, há mais de 20 anos, a empresa teve em 2023 seu segundo melhor ano, com a venda de 3,5 mil máquinas no mercado interno. “Pretendemos crescer 10% neste ano, enquanto o setor como um todo deve crescer em torno de 5%”, disse Merigli. Parte deste crescimento virá da expansão do portfólio e de uma maior participação de mercado em equipamentos pesados.

Fábrica de Sorocaba: a unidade da companhia no interior de São Paulo será ampliada e modernizada com os investimentos programados (Crédito:Divulgação )

ESTRUTURA

Atualmente, a empresa mantém 600 empregados na região, em sua maioria baseados no headquarter regional em Sorocaba. A produção atende a todos os países da região.

O investimento também impactará a economia local. Segundo Merigli, o investimento gerará mil novos empregos, sendo 300 diretos e cerca de 700 indiretos. Além disso, o investimento fortalecerá a rede de distribuição. “Temos a maior rede da linha amarela. Para o cliente, a rede de distribuição é mais importante do que a máquina em si. Portanto, além de focar na produção, precisamos focar no canal de distribuição também.”

As vendas para o setor de construção representam 40% do total, para o agronegócio 25%, e outros 20% para empresas de locação de equipamentos.

No quesito inovação, a companhia se destaca por investir constantemente em novas tecnologias. Para pequenos equipamentos, aposta na eletrificação visando a descarbonização.

Já nos equipamentos de maior porte, opta pelo desenvolvimento de motores de combustão interna a hidrogênio. Para a empresa, o Brasil representa grande potencial para a aplicação dessas tecnologias nos próximos anos. “Estamos no terceiro ciclo, que é realmente o crescimento e a consolidação da máquina. Tivemos o ciclo de chegada, o ciclo de ganho de mercado e agora o terceiro, para participar de uma maneira mais forte em segmentos que ainda não estávamos”, afirmou Merigli.