15/04/2022 - 13:14
O presidente do PSDB, Bruno Araújo, disse que nunca fez “questão” de exercer posto de coordenador-geral da pré-campanha do ex-governador João Doria à Presidência da República. “Ufa! Comando que nunca fiz questão de exercer. Aliás, ele sabe as circunstâncias em que e o porque ‘aceitei’ à época. Aliás, objetivo cumprido!”, escreveu Araújo nesta sexta-feira, 15, em sua conta oficial do Twitter ao compartilhar notícia sobre a troca de comando da pré-campanha.
Mais cedo, a equipe de Doria comunicou a substituição de Araújo da coordenação pelo presidente-geral do partido em São Paulo Marco Vinholi. Em nota, o partido diz que Araújo, que é presidente nacional do PSDB, havia sido convidado por Doria para a função. Mas em recentes manifestações durante entrevistas e encontros empresariais, relativizou a candidatura de Doria – que venceu as prévias do partido em novembro. “Essa postura, considerada pouco agregadora, motivou a decisão”, informa a nota.
Vinholi é um dos mais próximos aliados de Doria, foi secretário de seu governo e ajudou o tucano em todas as outras campanhas.
Em evento recente do partido, Bruno Araújo afirmou que a aliança entre as legendas que articulam uma candidatura única da “terceira via” é superior ao resultado das prévias tucanas, das quais Doria saiu vitorioso no ano passado. “Estou deixando claro que o PSDB está contido no acordo de uma aliança nacional. João Doria é o candidato do PSDB e está contido neste acordo, mas não seremos candidatos de nós mesmos. O PSDB não vai às ruas este ano com um candidato de si próprio”, disse o dirigente tucano.
A candidatura do ex-governador paulista enfrenta resistência dentro da sigla. Há movimentações para que seja priorizada uma composição envolvendo o ex-governador gaúcho Eduardo Leite, possivelmente como vice de Simone Tebet, e não uma chapa liderada por Doria. Este, contudo, segue afirmando que manterá sua pré-candidatura.
Em movimento para fortalecer sua posição, Doria ensaiou uma “desistência” da disputa no fim do mês passado, o que acentuou a crise interna do PSDB e fez com que Araújo lançasse uma carta confirmando-o como pré-candidato. Um dia depois, porém, o próprio Araújo disse que “os fatos valem mais que cartas”, minimizando a simbologia do documento.