O BTG Pactual registrou, no ano passado, lucro líquido ajustado de quase R$ 6,5 bilhões, com crescimento de 60,3% em relação ao ano anterior. As receitas totais do banco somaram R$ 13,9 bilhões, expansão de 49%, na mesma comparação. Além do resultado, o banco também anunciou ontem uma reorganização societária, que colocará o banqueiro André Esteves de volta ao comando do conselho de administração da instituição financeira.

O ex-ministro Nelson Jobim, que está na presidência no colegiado, seguirá como membro do conselho, informou o BTG. A presidência executiva do banco seguirá nas mãos de Roberto Sallouti.

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Esteves é o maior acionista e fundador do BTG e reassumirá a presidência do conselho a partir de abril, após a assembleia de acionistas. O banqueiro já vinha participando dos bastidores do dia a dia do banco, mas só agora voltará a uma posição oficial. Foi um hiato de mais de seis anos, desde que Esteves foi preso no fim de 2015, em meio às investigações da Operação Lava Jato, da Polícia Federal.

Esse episódio colocou o BTG em uma berlinda na época, o que acarretou uma corrida para reorganizar a instituição – Persio Arida chegou a assumir a presidência – e também a uma série de vendas de ativos, como a participação no suíço BSI.

O retorno formal do fundador ao banco ocorreu apenas em 2018, quando foi absolvido por parte do Ministério Público. O BTG, que teve de encolher seu tamanho na época, deu a volta por cima e conseguiu, poucos anos depois, expandir seu negócio, abrindo inclusive um negócio de varejo.

“É o fim de uma infelicidade e injustiça ocorrida na história empresarial brasileira”, disse o presidente da instituição e sócio, Roberto Sallouti. “Estamos orgulhosos em ter Esteves no conselho”, disse, lembrando que o banco não deve mudar de estratégia.

Perspectivas

O BTG Pactual deve seguir apresentando crescimento forte de receitas e lucro no ano de 2022, apesar do cenário desafiador para a economia brasileira, disse Sallouti, em teleconferência de resultados. “Esperamos mudança no mix de receita com alta do juro, mas o banco vai continuar se beneficiando dos investimentos feitos e escala das franquias”, disse.

Segundo ele, o banco vai seguir expandindo receitas em gestão de ativos e nos segmentos de crédito e intermediação financeira. “Teremos forte crescimento de receitas e do lucro líquido em 2022 e um retorno de 20%, a mesma medida que manteremos o balanço capitalizado”, acrescentou.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.