20/06/2012 - 21:00
Papéis avulsos
André Esteves, CEO do banco BTG Pactual, anunciou na quinta-feira 14 a compra da corretora colombiana Bolsa y Renta, líder local no volume negociado de ações, por US$ 51,9 milhões. Esteves começa a concretizar a promessa de transformar o BTG no maior banco de investimentos da América Latina, anunciada na solenidade de abertura de capital do banco, em abril. “A incorporação agregará ainda mais capilaridade e credibilidade à nossa operação na Colômbia, país que se destaca pelo aumento do consumo interno e pelo grande número de empresas que buscam capital para se expandir. Queremos ser a primeira referência para investidores e companhias que tenham interesse na América Latina”, diz Esteves. A Bolsa Y Renta tem atualmente cerca de US$ 3,4 bilhões em ativos de terceiros sob administração. Se o BTG mantiver seu curso, as próximas aquisições devem acontecer no Chile.
Alimentação
Frango Assado compra Batata Inglesa
A International Meal Company Holdings (IMC), dona de marcas como Frango Assado e Viena, assinou na terça-feira 12 um memorando de entendimentos para a compra das empresas Marcas Comestíveis, Orange Fantasy Lanchonetes e Squadro Lanchonetes. Essas empresas são proprietárias dos direitos sobre a marca Batata Inglesa, que opera 18 restaurantes em shoppings cariocas e fluminenses.
Touro x Urso
O resultado das eleições parlamentares na Grécia no domingo 17 vai definir a tônica do mercado na semana. Os prognósticos são de um afastamento grego da União Europeia, o que deverá provocar muita volatilidade nos mercados, Brasil inclusive. Muitos investidores, porém, aguardam o espocar da crise para comprar, com desconto, ações de boas empresas brasileiras.
Destaque no pregão
Marcopolo acelera investimentos
A gaúcha Marcopolo ampliou sua projeção de investimentos para os próximos quatro anos em R$ 100 milhões. A fabricante de ônibus vai aplicar R$ 450 milhões na ampliação das duas unidades produtivas em Caxias do Sul e na construção de uma fábrica na cidade capixaba de São Mateus, unidade que focará a produção e exportação de miniônibus. Segundo José Rubens de la Rosa, diretor-geral da empresa, a ampliação da fábrica no Sul abrigará instalações administrativas e um novo centro logístico. “A demanda por ônibus aumentará em todo o mundo. Como o crescimento não será linear, precisamos ser eficientes para ter o produto certo para cada mercado em expansão”, diz De la Rosa.
Palavra do analista: o relatório da Corretora Fator, assinado por Renato Pinto, recomenda a compra das ações da Marcopolo, calculando um preço-alvo de R$ 10.
Construção
Camargo Corrêa abre a mão para fechar a CCDI
A Camargo Corrêa, controladora da Camargo Corrêa Desenvolvimento Imobiliário (CCDI), resolveu pagar 17% mais na oferta pública de cancelamento do registro de companhia aberta da CCDI, dirigida por Maurício Tavares Barbosa. Os acionistas minoritários receberão R$ 5,50 por ação ante os R$ 4,70 propostos anteriormente. O novo valor oferecido fica no intervalo entre R$ 5,43 e R$ 5,97, proposto pelo laudo de avaliação do banco Santander.
Quem vem lá
Mais amido na Tereos
A empresa de bioenegia Tereos Internacional vai captar até R$ 369 milhões por meio de uma emissão primária de ações. O valor mínimo de oferta dos papéis é de R$ 2,60 por ação. Os recursos captados serão utilizados na expansão da produção de amido no Brasil e na China, e também para diversificar o portfólio das atividades de etanol e de amido na Europa.
FIQUE DE OLHO: A presidenta Dilma Rousseff disse, na quinta-feira 14, que o setor sucroalcooleiro do País está mais maduro e que a próxima conversa com os usineiros tratará de investimentos.
Mercado em números
Braskem
US$ 700 milhões - É o valor da linha de financiamento que o BNDES aprovou para o Projeto Etileno XXI, que será desenvolvido pela Braskem em parceria com a petroquímica mexicana Idesa. O projeto deve produzir um milhão de toneladas de polietilenos por ano.
Lojas Renner
R$ 300 milhões - É o montante que a varejista quer captar com a quinta emissão de debêntures simples. Ao todo, serão emitidos 30 mil papéis em duas séries, no valor de R$ 20 mil.
Le Lis Blanc
R$ 200 milhões - É o valor que a varejista de moda Restoque, dona da marca, emitirá em debêntures de segunda emissão, em série única e não conversíveis em ações, sendo até 200 papéis com valor unitário de R$ 1 milhão.
Locamérica
8% - É o percentual esperado de depreciação do valor contábil da frota da Locamérica com a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados para veículos, promovida pelo governo e anunciada no fim de maio.
BM&F Bovespa
576.042 - É quantidade de investidores pessoas físicas no mercado de ações até o fim de maio. O número é 0,15% maior que o de abril, mas 5,13% inferior ao quinto mês do ano passado.
Pelo mundo
Moody’s rebaixa YPF
A agência de classificação de risco Moody’s rebaixou a nota da argentina YPF de B3 para CAA1, por considerar que há ameaças para a liquidez no curto prazo. A companhia foi nacionalizada em 4 de maio, pela presidenta Cristina Kirchner. Na terça-feira 12, as ações caíram 8,8%, para 67,5 pesos.
Nokia demite dez mil
A finlandesa Nokia anunciou, na quinta-feira 14, que vai demitir dez mil funcionários de sua divisão de celulares em todo o mundo. A justificativa é a perda de mercado para as concorrentes Apple e Samsung, que deve causar prejuízos a essa divisão, no segundo trimestre. No dia do anúncio, as ações da Nokia em Helsinki caíram 17,8%, para € 1,82.
Lucro da Inditex cresce 30%
O lucro líquido da Inditex, dona da marca Zara, cresceu 30% no primeiro trimestre de 2012. No período, a empresa lucrou € 432 milhões e as vendas do grupo aumentaram 15%, para € 3,4 bilhões. No trimestre, a companhia abriu 91 novas lojas ao redor do mundo. Com a divulgação dos resultados, as ações subiram 11,57%, para € 75,40.
Personagem
Mais solidez no caminho da Estacio
Presente em 18 Estados do País, a rede carioca de ensino superior Estácio tem quase 280 mil alunos e vê em 2012 o momento de colher os frutos plantados em 2008, quando a GP Investimentos comprou 20% do capital da empresa, por R$ 259 milhões. Rogério Melzi, presidente do grupo, conversou com a DINHEIRO:
Rogério Melzi, presidente da Estácio: qualidade com retorno financeiro
O que mudou com a entrada da GP Investimentos no capital da Estácio?
A noção de que, para ser sustentável no longo prazo, a Estácio teria de buscar o equilíbrio entre os indicadores financeiros e não financeiros, ou seja, o retorno aliado à satisfação e à qualidade. Investimos R$ 100 milhões em infraestrutura, qualidade e pessoal. Neste ano veremos o retorno disso.
Como o alto endividamento do brasileiro afeta a companhia?
O setor de educação sofre mais do que os outros com a inadimplência, que está alta. Isso porque não é permitida qualquer ação contra o aluno inadimplente, a não ser na renovação da matrícula. Esperamos que esse quadro mude com o financiamento estudantil (Fies), que torna o ensino superior mais acessível às camadas mais baixas da população.
A Estácio vem investindo no Norte e no Nordeste. Por que essas duas regiões?
O crescimento econômico das duas regiões tem sido grande e a distribuição de renda, acelerada. Existe uma camada representativa da população que sai do ensino médio e busca uma universidade, como também um público mais velho, que ainda não teve a oportunidade de cursar o ensino superior. Temos investido muito nesse público, oferecendo horários diferenciados de cursos, preços acessíveis e facilidades como o ensino a distância.
Além da Unisãoluis, no Maranhão, e da Seama, no Amapá, existem novos planos de aquisições em 2012?
Estamos sempre em busca de oportunidades, com o objetivo de colocar a Estácio onde ela não está. Não há nada de concreto por enquanto, mas temos a meta de ampliar nosso número de alunos em 70 mil até 2015.
Colaboraram: Patricia Alves e Fernando Teixeira