Papéis avulsos

 

O banco BTG Pactual, de André Esteves, vem intensificando sua atuação como abutre, denominação oriunda do mercado americano para investidores que compram empresas problemáticas a baixo preço – lá eles são chamados vultures. Depois de absorver o combalido PanAmericano por R$ 450 milhões em janeiro de 2011, o BTG comprou por R$ 418 milhões a parte podre do finado banco Bamerindus, sob intervenção desde março de 1997. 

 

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Os recursos vão saldar parte das dívidas do banco paranaense com o Fundo Garantidor de Crédito (FGC), e devem garantir ao BTG pelo menos R$ 1 bilhão em créditos fiscais para abater sua fatura de Imposto de Renda, além de outros ativos como créditos a receber e uma pequena carteira de imóveis. Procurado, Esteves não concedeu entrevista. Segundo a assessoria de imprensa do BTG, o banqueiro tinha mais o que fazer. Provavel­mente, estava voando à caça da novos alvos – em seu jatinho, claro.

 

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Papel e celulose


Fibria diminui perdas

 

A gigante de papel e celulose, formada pela fusão de VCP e Aracruz, divulgou lucro líquido de R$ 48 milhões, no último trimestre de 2012, diminuindo suas perdas anuais para R$ 698 milhões. Esse número foi 20% menor do que os R$ 868 milhões perdidos em 2011. A companhia viu sua receita avançar 33% entre os últimos meses de 2011 e de 2012, atingindo R$ 1,8 bilhão, valor recorde para um trimestre. Apesar do bom resultado, as ações da empresa caíram 1,01% na quinta-feira 31. No ano, no entanto, os papéis acumulam alta de 8,11%.

 

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Palavra de analista: Segundo Karina Freitas, da corretora Concórdia, o desem­penho de 2012, com destaque para o quarto trimestre, mostra o compromisso da companhia em atingir seus objetivos de redução do endivida­mento e de custos.

 

 

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Varejo


Profarma vai às compras

 

Por R$ 104 milhões, a Profarma se tornou dona de 50% da rede carioca de farmácias Tamoio. A família Cosendey segue como cocontroladora da empresa. A aquisição é o terceiro negócio feito pela distribuidora no varejo. Também na segunda quinzena de janeiro, a Profarma anunciou a sua entrada no setor de drogarias com a compra da Drogasmil e Farmalife. Os investidores reagiram bem à operação. Na quinta-feira 31, as ações da companhia subiram 12,01%, para R$ 16,98.

 

 

 

 

 

Bancos 


Cautela marca resultados dos bancos 

 

Fazer mais provisões contra devedores duvidosos foi a estratégia do Bradesco e do Santander para combater os prejuízos por falta de pagamentos nos empréstimos, no cheque especial e nos cartões de crédito em 2012. No banco presidido por Luiz Carlos Trabuco, as provisões foram de R$ 3,21 bilhões, um aumento de 20,6%, frente a 2011. No Santander, o regime foi mais rigoroso e o banco provisionou R$ 13,22 bilhões, 40% superior ao ano anterior. Com menos dinheiro para emprestar, o lucro anual desses bancos caminhou a passos mais curtos. No Bradesco, o lucro de 2012 foi de R$ 11,38 bilhões, uma alta de 3,2%, ante 2011. Nada mal em um cenário difícil como o de 2012. O Santander no Brasil, que responde por 26% do lucro do grupo espanhol, viu seus ganhos recuarem 5%, para R$ 6,32 bilhões. “O crescimento dos empréstimos do Santander foi menor, em linha com as tendências dos bancos não públicos”, afirma Mario Pierry, do Deutsche Bank. 

 

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Touro x Urso

 

O índice Bovespa encerrou janeiro com uma queda de 1,95%. O de­sem­­penho ruim foi melhor que o do ouro e do dólar, em um mês em que nenhuma aplicação superou o 0,85% previsto para o IPCA.

 

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Mercado em números

 

OGX

6,18 % – Foi a queda das ações da petrolífera na quinta-feira 31, devido à notícia de um poço de petróleo seco na área de Cozumel na Bacia de Campos. 

 

Banco do Brasil

R$ 6,4 bilhões - É o valor que a carteira de crédito do private bank do Banco do Brasil atingiu em dezembro de 2012. O número é 69,73% maior que o registrado um ano antes. 

 

Sanepar 

R$ 2,12 bilhões - É o valor do programa que a Companhia de Saneamento do Paraná pretende investir até 2015. Para este ano, o investimento será de R$ 801,8 milhões; para 2014, de R$ 754,2 milhões; e para 2015, de R$ 566,1 milhões.

 

IMC

R$ 326,2 milhões - Foi o total de vendas que a dona das marcas Viena e Frango Assado registrou no quarto trimestre de 2012, um aumento de 29,7% em relação ao mesmo período do ano anterior. 

 

TOTVS 

R$ 3,2 milhões – Foi o valor pago pela empresa de tecnologia pela compra de 20% da uMov.me, fornecedora de plataforma tecnológica de mobilidade corporativa em nuvem.

 

 

 

 

Pelo mundo


Lucro da Ford recua para US$ 5,7 bilhões

 

A Ford acumulou um lucro de US$ 5,7 bilhões em 2012, um recuo de quase 75% em relação ao do ano anterior, quando a montadora americana obteve um ganho de US$ 20,2 bilhões. O resultado só foi possível com o fim do reconhecimento de perdas circunstanciais, que o grupo começou a registrar em 2006.

 

 

 

 

Venda de divisão de alimentos infla o lucro da Pfizer

 

A venda dos negócios de produtos nutricionais para a Nestlé, por US$ 12 bilhões, fez o lucro da Pfizer, maior laboratório dos Estados Unidos, alcançar US$ 6,32 bilhões no quarto trimestre. No entanto, as vendas globais caíram 7% devido à competição com os genéricos. 

 

 

 

 

Diageo compra cervejaria sul-africana

 

A Diageo, fabricante do uísque Johnnie Walker, comprará 50% da fabricante de cerveja de sorgo (similar à soja) sul-africana United National Breweries, por US$ 36 milhões. A empresa comercializa as marcas Ijuba, Leopard Beer e Chibuku.

 

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Personagem


Ideiasnet busca novas fontes

 

A empresa de investimentos em tecnologia Ideiasnet está diversificando suas fontes de recursos. Além de a Padtec, companhia da qual detém 34,01%, ter recebido R$ 167 milhões do BNDES, a Ideiasnet está estruturando um fundo de participações em outras empresas, ao lado do banco BTG Pactual. O CEO Sami Haddad conversou com a DINHEIRO:

 

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Sami Haddad, CEO: “As ações estão baratas”

 

Até agora, a empresa arcou com todas as aquisições. Vocês estão em busca de novas fontes de financiamento?

Sim. Atualmente, 100% dos nossos investimentos são custeados com recursos próprios. Queremos reduzir esse percentual nos próximos anos. O primeiro passo é criar, juntamente com nosso sócio BTG Pactual, esse fundo de investimentos que será capitalizado em até quatro anos. Já estamos negociando com investidores internacionais e queremos que 66% do capital desse fundo seja deles.

 

Como a empresa gera caixa atualmente?

Nossos recursos vêm de duas fontes, os dividendos das empresas em que investimos e as compras e vendas de participações. Atualmente, temos um portfólio de oito empresas. 

 

Na abertura de capital, em junho de 2000, as ações da Ideiasnet valiam R$ 13,23. Atualmente elas valem pouco mais de 15% disso. O que aconteceu?

Houve erros de gestão. Até 2008, quase todo o dinheiro captado destinava-se a investimentos em projetos, mas insistimos em casos que não deram o retorno esperado. Temos vendido participações desde 2009, e isso vai permitir que nossa geração de caixa medida pelo Ebtida chegue perto de R$ 100 milhões em 2013. Em pouco tempo vamos começar a desinvestir. Podemos abrir o capital de duas de nossas empresas, a Padtec e a Officer, em até quatro anos. Claro que, antes disso, vamos melhorar as margens delas.

 

Há um descompasso entre o valor das ações e o valor real da Ideaisnmet? 

Sim, o nosso valor é distorcido na bolsa. Somente a Padtec, que receberá R$ 167 milhões do BNDES, vale cerca de R$ 200 milhões no mercado. Nós possuímos 34,1% da empresa e nosso valor de mercado é de R$ 224 milhões. A Officer Distribuidora também é valiosa. Acredito que, entre três e quatro anos, o valor de mercado das oito empresas deve ser de R$ 600 milhões.

 

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Colaboraram:  Patricia Alves e Fernando Teixeira