O investidor e CEO da Berkshire Hathaway, Warren Buffett, disse a milhares de acionistas da companhia neste sábado que os Estados Unidos não deveriam usar o “comércio como arma” e enfurecer o resto do mundo, como o presidente americano, Donald Trump, fez com suas tarifas que abalaram os mercados globais.

Buffett discursou na reunião anual da Berkshire Hathaway, depois que o conglomerado que ele construiu ao longo de 60 anos mostrou que continua cauteloso em relação aos mercados, permitindo que sua participação em dinheiro crescesse para um recorde de US$ 347,7 bilhões.

“O comércio equilibrado é bom para o mundo” e “o comércio não deve ser uma arma”, disse o bilionário de 94 anos, indiscutivelmente o investidor mais reverenciado do mundo.

“É um grande erro, na minha visão, quando você tem 7,5 bilhões de pessoas que não gostam muito de você, e você tem outros 300 milhões que estão se gabando de como eles se saíram bem”, disse Buffett ao abordar o tema no início da reunião dos acionistas.

Embora Buffett tenha dito que é melhor para o comércio ser equilibrado entre os países, ele não considera que Trump está seguindo o caminho certo com suas tarifas generalizadas. O investidor afirmou ainda que o mundo será mais seguro se mais países forem prósperos. “Devemos procurar comerciar com o resto do mundo. Devemos fazer o que fazemos de melhor e eles deveriam fazer o que fazem de melhor”, pontuou.

A América tem passado por mudanças revolucionárias desde o seu nascimento e a promessa de igualdade para todos, que não foi cumprida até anos mais tarde, continuou Buffett.

Mas o cenário atual não mudou o otimismo de longo prazo do investidor sobre o país. “Se eu estivesse nascendo hoje, apenas continuaria negociando no útero até eles dizerem, “Você poderia estar nos Estados Unidos”, disse Buffett.

Buffet é o quinto homem mais rico do mundo, com uma fortuna estimada em US$ 168,2 bilhões.