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O Bugatti Veyron, máquina com 1.001 cavalos de potência e que atinge 407 km/h, deverá custar US$ 2,5 milhões

 

Há três anos, o grupo Volkswagen definiu como meta entrar no mercado brasileiro com suas principais marcas. Era um consenso geral entre os executivos da empresa a necessidade de pegar carona no crescimento econômico do Brasil, ainda mais no mercado de alto poder aquisitivo. Por isso, além da Volks e da Audi, que já tinham forte atuação no País, definiu-se que a Bentley e a Bugatti seriam as próximas a desembarcar por aqui. Deu-se início, então, a uma corrida para trazê-las. Depois de muitas especulações, o nome do vencedor saiu. As duas marcas, ícones no mercado de luxo, serão importadas pelos empresários Carlos Roberto Mattos, dono da Caraigá, revenda de automóveis Volkswagen e Audi; Mauro Saddi, do grupo Green Automóveis; o conhecido playboy Toninho Abdalla; e Joseph Turtundjean, ex-vice-presidente da Cotia Trading. Mattos não comenta o assunto, mas DINHEIRO apurou que já está tudo certo, faltam pequenos detalhes contratuais. Até a loja, que reunirá as duas marcas, já tem endereço definido. Ela ficará na rua Colômbia, onde se concentram as principais marcas de carros de luxo que existem.

 

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O Bentley Continental GT, um dos mais esportivos da marca, chegará custando cerca de R$ 1 milhão e a meta é vender 20 unidades por ano


A meta inicial dos importadores é vender cerca de 20 unidades da Bentley por ano e, se der, comercializar pelo menos um Bugatti. Os números reduzidos são inversamente proporcionais aos preços dos carros. Um Bentley Continental GT, modelo com 500 cavalos de potência, custará, em média, R$ 1 milhão. Já o Bugatti Veyron, uma máquina com 1.001 cavalos de potência e que alcança 407 km/h, deverá chegar ao Brasil pela bagatela de US$ 2,5 milhões. Apesar de se tratar de um mercado de nicho, com pouquíssimos consumidores dispostos a desembolsar tanto dinheiro, a disputa para trazer as marcas foi acirrada. Estavam no páreo o empresário Sergio Habib, maior concessionário Citroën do Brasil e representante da Jaguar; Francisco Longo, dono do grupo Via Itália, importador da Ferrari, Maserati e Lamborghini; Leonardo Senna e Ubirajara Guimarães, que trouxeram a Audi para o Brasil; e, por último, o grupo liderado por Carlos Roberto Mattos, da Caraigá.

As negociações duraram mais de um ano e esbarraram em alguns obstáculos. O empresário Sergio Habib ficou no meio do caminho porque ele já possui a representação da Jaguar e também revende Citroën. “A Bugatti e a Bentley seriam mais duas marcas no portfólio dele”, diz um executivo que acompanhou as negociações. “Além disso, ele já tem a Jaguar que, de certa forma, briga com a Bentley.” Francisco Longo, da Via Itália, não levou o negócio porque, além de não ter o perfil das marcas, nesse meio tempo ganhou a disputa para trazer a Lamborghini para o País. Os empresários Leonardo Senna e Ubiraja Guimarães saíram da disputa por acharem as margens de lucro muito pequenas – o que não justificaria os investimentos em importação e construção de marca. Nesse cenário, Mattos e sua turma saíram fortalecidos. “Ele é um especialista em vender carros de luxo”, diz um executivo do mercado de carros premium. Veremos, então, quando se trata de supercarros de luxo.