16/03/2011 - 21:00
O Carnaval do grupo francês LVMH, o maior do luxo no mundo com faturamento de E 20,7 bilhões, rendeu em evolução, alegoria e fantasia. Na segunda-feira 7, o conglomerado anunciou uma manobra brilhante: a compra de 50,4% das ações da joalheria italiana Bulgari. Um investimento de US$ 6 bilhões.
O LVMH é dono de mais de 60 marcas de luxo, mas as joalherias e relojoarias são pouco representativas em seu portfólio. Contribuem com apenas 4,85% das receitas totais do grupo. O LVMH possui somente três grifes desse setor: as francesas Chaumet (a mais tradicional, com 231 anos) e Fred e a inglesa De Beers.
Adquirir uma grife como a italiana, que está há 127 anos no mercado e é uma das preferidas das estrelas de Hollywood (entre elas Sophia Loren, Nicole Kidman e Eva Mendes), não só amplia seu leque de opções estreladas como dá um lustro ainda melhor em sua imagem.
Uma operação, diga-se, que pode ajudar o conglomerado do bilionário Bernard Arnault a evoluir em outras passarelas do luxo e nas quais está difícil avançar, como a Hermès (veja quadro).
Aparentemente, a compra da Bulgari foi amigável e bem assimilada pelos comprados. “Encontramos no LVMH os elementos que são necessários para garantir o futuro da marca a longo prazo: a capacidade de crescer e se desenvolver, preservando sua identidade e originalidade”, disse Paolo Bulgari, presidente do conselho de administração e um dos herdeiros da empresa.
Bernard Arnault: investimento de US$ 6 bilhões reforça os
negócios de joias e relógios do grupo francês
A marca de joias e relógios passou por momentos difíceis durante a crise econômica de 2008 e 2009. Seu lucro líquido teve queda de mais de 45% no período. No entanto, em 2010, a Bulgari conseguiu reagir e fechou com mais de US$ 1 bilhão em vendas.
O acordo prevê que a família Bulgari continuará no comando da marca e ainda assumirá duas cadeiras no conselho da LVMH. Um desses lugares já está garantido para Francesco Trapani, CEO da empresa italiana.