21/11/2021 - 15:27
O presidente Rumen Radev venceu com folga o segundo turno das eleições na Bulgária, uma vitória que reforça o movimento anticorrupção atualmente em negociação para formar um governo e tirar o país da crise política.
Com o apoio de vários partidos da chamada “mudança”, o presidente em final de mandato superou seu oponente, o acadêmico Anastas Gerjikov, ao obter entre 63% e 65% dos votos, de acordo com estimativas de boca de urna de três institutos.
Esta eleição acontece em meio à onda mais letal da pandemia da covid-19. O país tem a menor taxa de vacinação contra coronavírus da União Europeia (UE), com menos de 25% de seus 6,9 milhões de habitantes imunizados, além de um dos índices mais altos de mortalidade por coronavírus no mundo e hospitais lotados.
O primeiro turno aconteceu no fim de semana passado, junto com as eleições legislativas. Nenhum candidato conseguiu maioria absoluta.
Radev foi o mais votado no primeiro turno, com 49% dos votos. Ao longo da semana, analistas disseram que o presidente poderia ser prejudicado pela apatia do eleitor, depois de um índice de apenas 40% de comparecimento às urnas na semana passada.
O país está sob um Executivo interino desde abril, e as eleições de julho não conseguiram definir um governo alternativo após 10 anos de comando do primeiro-ministro conservador Boyko Borisov.
Radev, um ex-piloto de 58 anos e membro do alto comando da Força Aérea, foi apoiado pelos socialistas em seus primeiros cinco anos no cargo. Agora, participa como independente e é o político com aprovação mais alta na Bulgária.
Nesta corrida eleitoral, contou com o apoio de uma ampla coalizão que inclui o Continuamos a Mudança. Seus fundadores, Kiril Petkov e Assen Vassilev, ambos graduados na Universidade de Harvard, foram ministros no primeiro governo interino, designado por Radev em maio deste ano.
Seu concorrente, o reitor da Universidade de Sofia, Anastas Gerdjikov, 58, é um independente apoiado pelo partido conservador GERB, de Borisov, e alcançou apenas 23% dos votos no primeiro turno.
O partido anticorrupção Continuamos a Mudança, inesperado vencedor das terceiras eleições parlamentares em um ano, espera encontrar aliados para formar um governo que acabe com o impasse de seis meses.
A crise governamental se dá em meio ao flagelo da pandemia no país mais pobre da UE.
A Bulgária tem um sistema parlamentarista, e seu presidente desempenha uma função que é, em grande parte, cerimonial, como chefe de Estado e comandante em chefe das Forças Armadas.
Deste modo, o resultado da eleição presidencial não afetará as negociações para a formação de um governo de coalizão. O vencedor toma posse em janeiro.