31/01/2017 - 16:49
Imagine fazer câmbio de qualquer moeda estrangeira sem sair de casa, pela Internet, com segurança e um preço menor do que o cobrado pelos grandes bancos de varejo. É isto que uma Fintech, a NeoCambio, está oferecendo desde dezembro de 2016, quando lançou uma plataforma totalmente digital.
O fundador da plataforma, Jung Park, 44 anos, que trabalhou por 18 anos no mercado de capitais, explica que o negócio pode se tornar uma tendência no mercado. “O que fazemos é simplesmente oferecer o melhor preço entre os nossos 12 fornecedores (corretoras de câmbio associados) com uma entrega em domicílio”.
Perguntado se a ideia assemelha-se ao formato do site Buscapé, Park diz que sim. “Usamos um algoritmo e uma série de robôs de programação, que consideram a melhor cotação naquele momento e a logística de entrega”, afirma.
Com quase 300 mil acessos desde sua implementação e mais de 500 negócios efetuados até agora, o executivo garante que a NeoCambio consegue uma taxa de câmbio em média entre 5% e 10% inferior ao que é cobrado nos grandes bancos de varejo, dependendo da transação. Segundo ele, a diferença está no custo operacional, que é muito mais baixo na plataforma.
“Os grandes bancos que fazem câmbio têm um custo elevadíssimo para manutenção de agências, para montarem cadastros. E cobram uma taxa de administração pesada por tudo isto do cliente. O que fazemos é otimizar todos esses custos transformando-os em desconto ao usuário da NeoCambio, já que o nosso sistema é totalmente on-line”, diz Park.
A oferta de aplicativos para operações de câmbio como a da NeoCambio, porém, não é uma unanimidade. A Associação Brasileira de Corretoras de Câmbio (Abracam) deve apresentar em até três meses um relatório ao Banco Central que reforça as regras de compliance do setor.
“A Abracam mantém um grupo de trabalho que acompanha novidades tecnológicas que surgem no mercado brasileiro. Essa equipe identificou diversas Fintechs, Websites e aplicativos que cumprem a legislação e são vistos como oportunidades de negócios e diversificação de serviços para todo o segmento”, diz Kelly Massaro, diretora de relações institucionais da associação. “No entanto, algumas plataformas descumprem as normas e acabam por impor riscos ao sistema financeiro, como o controle à lavagem de dinheiro, financiamento ao terrorismo e evasão de divisas, além de sonegação fiscal.”
Essa reportagem foi atualizada para deixar mais clara a posição da Abracam