As ações da BYD despencaram 8,6% nesta segunda-feira, 26, em Hong Kong, após a montadora chinesa de veículos elétricos dar início a uma nova rodada de cortes de preços na China. A medida reacendeu a guerra de preços no setor, pressionando também os papéis de concorrentes como a Leapmotor, que caiu 8,4%.

Na sexta-feira, a BYD anunciou reduções entre 10% e 30% nos preços de seus modelos da linha principal, com os maiores cortes nos carros de entrada. O compacto Seagull, por exemplo, passou de 69.800 para 55.800 yuans, queda de 20%. As marcas premium da montadora, como Denza, FangChengBao e Yangwang, ficaram de fora da ação.

Geely Auto (-9,4%), IM Motors e outras fabricantes chinesas também anunciaram descontos. A Tesla, que deu início à atual onda de cortes no início de 2023, mantém sua ofensiva com financiamento facilitado para o novo Model Y.

Com forte verticalização e produção interna de baterias, a BYD é amplamente vista como a montadora de menor custo na China. Essa estrutura garante mais margem para aplicar cortes do que muitas rivais, que ainda operam no vermelho.

Relatos indicam que estoques elevados nas concessionárias estimularam a decisão da BYD, somada à meta de vender 5,5 milhões de veículos em 2025, acima dos 4 milhões em 2024.

Os cortes não se aplicam às vendas internacionais da empresa, que seguem com margens mais altas. Isso dá vantagem à BYD sobre concorrentes que dependem do mercado doméstico. Ainda assim, a nova ofensiva tende a pressionar as margens da própria companhia.

Em fevereiro, a BYD já havia anunciado que toda a sua linha passaria a contar com sistemas avançados de assistência à direção (ADAS) sem custo adicional – movimento que reduziu expectativas sobre o potencial de receita da Tesla com o Full-Self Driving na China. Fonte: Dow Jones Newswires.