A BYD quer transformar Camaçari, na Bahia, em um “Vale do Silício” brasileiro. Para isso, nesta segunda-feira, 9, a companhia inaugurou a pedra fundamental da planta que era da Ford na cidade baiana. Serão mais de R$ 3 bilhões de investimentos em três fábricas na primeira fase do projeto e cerca de 5 mil empregos diretos e indiretos.

Executivos da BYD, Geraldo Alckmin e Jeronimo Rodrigues – Crédito: Mauro/IstoÉ

A ideia da BYD é ampliar seu parque industrial fora da Ásia e escolheu o Brasil como um país estratégico para produzir e exportar tecnologia à região – será o maior polo industrial da BYD fora da China.

Movimento representa mais uma parceria do Brasil e China – Crédito: Mauro/IstoÉ

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Produção

O complexo industrial, cuja inauguração está planejada para o final de 2024, vai produzir 150 mil veículos por ano. Do local sairão chassis de ônibus, caminhões elétricos, veículos de passeio, além do processamento de lítio e ferro fosfato. Entre os carros confirmados estão os elétricos Dolphin e Yuan Plus e o híbrido Song Plus. Vale destacar que a tecnologia híbrida será flex e, por tanto, aceita etanol. A segunda fase, por sua vez, com início em 2025, tem como previsão a fabricação de 300 mil veículos por ano entre entre híbridos e elétricos.

“A BYD tem muito orgulho de representar a reconstrução da indústria automobilística no Brasil. Somos uma empresa com mais de 90 mil engenheiros. E queremos apoiar a Bahia, especialmente a região de Camaçari, a se tornar o Vale do Silício do Brasil. É por isso que vamos construir um Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Salvador. Ao mesmo tempo, já estamos trabalhando para criar a solução brasileira para nossos carros híbridos plug-in: a combinação de etanol e energia elétrica”, conclui o fundador e CEO da BYD, Wang Chuanfu.

CEO da BYD, Wang Chuanfu – Crédito: Mauro Balhessa/IstoÉ

Peças nacionais

Sobre o índice de produção de peças nacionais, a companhia ainda não diz quanto será a porcentagem, mas ressalta que na China a BYD detém mais de 70% dos componentes fabricados internamente. Desta maneira, a montadora depende menos de fornecedores.

“Nosso objetivo é sempre superar. É um objetivo crescente na China e certamente é o que será também no Brasil. Mas vai depender muito da variação de fornecedores disponíveis”, explica Alexandre Baldy, conselheiro especial da BYD.

BYD Dolphin como viatura da Polícia Militar da Bahia – Crédito: Mauro Balhessa/IstoÉ

BYD no mundo e no Brasil

  • A BYD conta com mais de 600 mil funcionários em todo o mundo, dos quais 90 mil são engenheiros de diversos segmentos diferentes, em 11 centros de pesquisa espalhados pelo globo;
  • A companhia solicita uma média de 19 patentes por dia e, atualmente, possui 40 mil patentes registradas;
  • Os veículos eletrificados da chinesa rodam em mais de 70 países e em seis continentes há mais de dez anos;
  • Ela desembarcou no Brasil em 2015, ano no qual inaugurou sua primeira fábrica de montagem de chassis de ônibus elétricos em Campinas (SP);
  • Depois, em 2017, abriu uma segunda fábrica, também em Campinas, para a produção de módulos fotovoltaicos;
  • Para abastecer a frota de ônibus elétricos, a empresa iniciou, em 2020, a operação de sua terceira fábrica no Brasil, no Polo Industrial de Manaus, dedicada à produção de baterias de fosfato de ferro-lítio;
  • Outro destalhe é que a BYD também é responsável por um projeto de monotrilho na cidade de São Paulo, com a Linha 17 – Ouro.
  • A partir de novembro de 2021, houve o início da comercialização de automóveis de passeio no país, hoje com as seguintes opções: Dolphin EV, Seal, Tan EV, Han EV e Yuan Plus EV, além do híbrido Song Plus DM-i.