Em meio às incertezas econômicas e ao aumento de juros em todo o mundo, o cenário de busca por eficiência e recolocação estratégica vem transformando a reestruturação de empresas. Se antes a indústria de tecnologia ditava o futuro, agora coloca um ponto de interrogação no presente, com um movimento em efeito cascata em outras partes da economia. Em fatos recentes, acompanhamos a quebra do Silicon Valley Bank (SVB), um dos principais responsáveis pelo financiamento de startups e empresas disruptivas nos Estados Unidos e em todo o globo, o que impactou diretamente a evolução de inúmeras companhias em diversos países.

O fato é que tanto na tecnologia quanto fora dela muitas empresas buscaram a fórmula mágica para o sucesso. Perseguindo uma panaceia, procuraram encontrar soluções de ponta, ágeis, efetivas, porém sem complexidade e de baixo valor. E nessa ansiedade mergulharam em jornadas que levaram a resultados aquém do esperado, porque no caminho para o futuro sustentável dos negócios não há um gênio da lâmpada e nem três desejos. É preciso olhar para o amanhã com a cabeça nas nuvens, mas sempre com os pés no chão.

Avanço seguro

Diante do maior controle de investimentos frente às incertezas do mercado, estamos presenciando o que promete ser apenas o começo de uma verdadeira reinvenção da indústria da tecnologia – e também fora dela. Neste contexto de reformulações, pequenas, médias e grandes empresas têm investido em estratégias híbridas de inovação, a fim de ter mais assertividade e driblar a crise. A nuvem continua, como já era esperado, como o principal foco do mercado, mas agora sendo usada com mais inteligência e parcimônia. Para 2023, a IDC prevê que os gastos com infraestrutura em nuvem cresçam 6,9% em comparação com 2022. Embora ainda em alta, o número representa uma queda significativa em comparação ao crescimento de 19,4% em 2022. O indicativo do mercado aponta para a adoção cada vez maior de estratégias de Cloud FinOps, que combinam disciplina financeira, colaboração entre equipes e transparência de serviços. Muitos negócios já despertaram para essa nova realidade, na qual companhias que usam FinOps de forma eficaz podem reduzir os custos de nuvem em até 20-30%, como indica sondagem da McKinsey.

As soluções baseadas em infraestrutura aberta e serviços gerenciados impulsionam a jornada na nuvem, conectando serviços e agregando valor para toda a cadeia corporativa. Pela flexibilidade, robustez, segurança e escalabilidade, combinadas à ampla comunidade de desenvolvedores e gama de treinamentos, as aplicações e recursos open source são indispensáveis para o aprimoramento de ambientes de TI. O investimento em estratégias de código aberto simplifica a migração das cargas de trabalho para a nuvem por um melhor custo-benefício.

Uma estratégia de serviços de nuvem também torna-se aliada da inovação ao simplificar a implementação cloud e capacitar os desenvolvedores para resultados mais ágeis. São ofertas de software gerenciadas, projetadas para que as empresas possam acessar aplicativos e recursos sem a necessidade de comprar infraestrutura, hardware ou ter uma equipe interna especializada. Com isso, ganham velocidade para implementar e desenvolver aplicativos em diferentes nuvens, localizações e em escala, concentrando-se no crescimento dos negócios.

Mindset aberto
Acelerar a adoção da nuvem requer também uma mudança de mentalidade: quebrar os silos dentro da organização é essencial para ter sucesso. Uma abordagem open permite não só arquitetar os ambientes de destino para cargas de trabalho em nuvem, controlando custos e gerenciando gastos, como também acelerar essa importante transformação cultural. Assim, organizações que conseguirem estabelecer um desenvolvimento ágil combinado a uma gestão eficiente e a uma mentalidade aberta deverão irromper como protagonistas de uma nova era da tecnologia.
Pensando bem, há sim uma receita para o sucesso tecnológico hoje e no futuro. Para uma jornada completa e bem-sucedida na nova era da tecnologia, o segredo está em encontrar o caminho mais adequado para o seu negócio – com a cabeça nas nuvens, mas dentro das linhas da realidade, e olhos no futuro.

*Gilson Magalhães é presidente da Red Hat Brasil e gerente regional de Vendas Enterprise para a Red Hat América Latina