O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) analisa, nesta quarta-feira, 14, a fusão entre as companhias de educação Kroton e Anhanguera. Além da relatora, Ana Frazão, outros quatro conselheiros e o presidente do Tribunal votarão.

O principal ponto de atenção, conforme já indicado em parecer prévio da Superintendência-Geral (SG) do Cade, deve ser a modalidade de ensino a distância (EAD). Na graduação a distância, a SG identificou problemas concorrenciais em 171 cursos em 55 municípios onde Kroton e Anhanguera atuam. Entre os pontos de atenção estão cursos na Capital e cidades do interior de São Paulo, além de cidades de Santa Catarina, como Criciúma e Joinvile, e outras capitais como Porto Alegre, Teresina, João Pessoa e Curitiba, entre outras.

Analistas avaliam que o Cade deva recomendar a venda da Uniasselvi, instituição de EAD que foi comprada pela Kroton em 2012. A Uniasselvi tem forte atuação em Santa Catarina e opera 48 polos de ensino a distância, além de unidades de ensino presencial. A marca faturou sozinha aproximadamente R$ 166 milhões em 2013. Pode haver restrições impostas também para o mercado de graduação presencial. No parecer da SG, foram identificados mercados onde a fusão de Kroton e Anhanguera provocaria concorrência insuficiente ou inexistente no ensino presencial.

A fusão entre Kroton e Anhanguera, anunciada em abril de 2013, é o maior negócio entre duas companhias de ensino privado no Brasil e pode culminar na formação de uma empresa gigante, com mais de 1 milhão de alunos.