O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou, sem restrições, a compra da distribuidora Amazonas Energia pelo Futura Venture Capital Participações e pelo Fundo de Investimentos em Participações Multiestratégia Milão, ligados ao Grupo J&F, dos irmãos Joesley e Wesley Batista. A decisão põe fim à polêmica transação, que chegou a ser questionada na Justiça.

A distribuidora é operada pela empresa amazonense Oliveira Energia e enfrenta graves dificuldades financeiras. Por isso, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) chegou a sugerir a caducidade da concessão.

Os irmãos Batista manifestaram publicamente interesse na empresa depois da edição da Medida Provisória 1.232/24, em junho, que tornou mais atrativas as condições de transferência do controle da distribuidora, incluindo a possibilidade de cobertura da Conta de Consumo de Combustíveis (CCC) para diferentes custos e flexibilização de metas regulatórias.

Dias antes da edição da MP, por meio da sua geradora de energia Âmbar, a J&F havia comprado termoelétricas da Eletrobras, que são fornecedoras da Amazonas Energia e suas grandes credoras. Nesse contrato já havia a hipótese de aquisição da Amazonas, mas uma proposta efetiva só foi apresentada após a edição da MP.

Procuradas, J&F e Aneel não haviam respondido à reportagem até a publicação deste texto. O espaço segue aberto.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.