Se a cafeína é um estimulante, nada mais natural do que a conclusão popular de que não se deve tomar café próximo à hora de dormir. Nem sempre, porém, nossa intuição está totalmente correta, e é nesse hiato que a ciência entra em cena: diversos estudo recentes mostram que tomar café antes daquele cochilo do meio do dia não somente não dificulta ou prejudica a qualidade do descanso como amplia nosso nível de energia após despertarmos.

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Tal prática já é apelidada de “cochilo do café”, e se respalda em pesquisas diversas, como um estudo realizado por cientistas da Universidade de Loughborough, na Inglaterra, que mostrou que os participantes que consumiram café antes de uma soneca de 15 minutos, ao despertarem cometeram menos erros em um simulador de automóvel, em comparação a quem simplesmente dormiu o mesmo período sem tomar café. Um experimento semelhante, realizado por cientistas japoneses, alcançou o mesmo resultado em testes de memória.

Outras pesquisas derrubaram o mito do café prejudicando o sono em períodos curtos ao comparar com consumos de álcool ou tabaco antes de dormir: de acordo com os estudos, o álcool reduz a eficácia do sono, podendo causar descansos fragmentados, enquanto um único cigarro em períodos de até quatro horas antes de dormir pode reduzir em até 42 minutos, em média, o período de descanso, bem como prejudicar a eficácia das horas de sono sobre nossa saúde.

A cafeína, no entanto, não apresenta maiores impactos nem na duração nem na qualidade do sono. Como ela leva cerca de 20 minutos para alcançar o cérebro, por competir com as adenosinas, moléculas que, acumuladas, provocam cansaço, ela se torna mais eficaz em renovar nossa energia após cochilos curtos.

A recomendação, porém, se restringe a duas xícaras de café em períodos de até 6 horas antes da hora de dormir propriamente uma noite inteira de sono – e novos e mais amplos estudos ainda se fazem necessários para comprovar tais sugestões.