25/02/2025 - 14:23
O café foi o alimento com maior alta de preços nos últimos 12 meses, apontam dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta terça-feira, 25. Tradicional bebida na mesa dos brasileiros, ele registrou uma alta de 60,10%.
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A informação compõe a prévia da inflação oficial do país, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15), que acelerou para 1,23% em fevereiro após alta de 0,11% em janeiro.
Veja os alimentos com maiores altas nos últimos 12 meses
ALIMENTOS COM AS MAIORES ALTAS EM 12 MESES (%) | |
CAFÉ MOÍDO | 60,10 |
TANGERINA | 53,66 |
ABOBRINHA | 47,06 |
LARANJA-LIMA | 43,36 |
ABACATE | 30,84 |
LIMÃO | 29,88 |
ALHO | 29,08 |
LARANJA-PERA | 28,80 |
ACÉM | 28,49 |
ÓLEO DE SOJA | 24,94 |
PEITO | 24,66 |
PATINHO | 24,34 |
FILÉ-MIGNON | 23,95 |
LAGARTO COMUM | 22,92 |
AÇAÍ (EMULSÃO) | 22,75 |
CONTRAFILÉ | 21,45 |
COSTELA | 21,16 |
ALCATRA | 20,79 |
MÚSCULO | 20,41 |
LAGARTO REDONDO | 20,22 |
A alta do dólar e os efeitos climáticos adversos são dois dos principais fatores a pressionar os preços. “Os alimentos ainda devem continuar pesando no bolso, principalmente por causa do clima e do câmbio”, afirma o CEO da gestora Multiplike, Volnei Eyng.
CEO do Grupo Studio, Carlos Braga Monteiro destaca que os alimentos ainda serão impactados por estes fatores ao longo de 2025, e que outras pressões podem surgir com a alta da gasolina, “puxando a inflação e elevando o custo logístico dos alimentos, gerando um efeito cascata nos preços”.
Por que o café?
A alta café foi motivada justamente pela alta do dólar, que torna os preços para o exterior mais competitivos, e pela quebra de safra, ou seja, por uma produção abaixo do esperado pelos agricultores. O Brasil produz quase metade dos grãos arábica do mundo e passou por uma das piores secas de sua história no ano passado.
“A tendência é de que os preços permaneçam elevados, com possível estabilização a partir de abril com a nova safra, e siga assim ao longo do segundo semestre de 2025. Mas, uma queda significativa nos preços é esperada apenas para 2026”, comenta o professor da Faculdade ESEG, Adriano Giacomini.