A Caixa Econômica Federal monitora o mercado para fazer a abertura de capital de sua holding de seguros, a Caixa Seguridade, mas a realização da oferta depende das condições, de acordo com Raphael Rezende Neto, diretor presidente da Caixa Seguridade.

“Estou nesse momento reavaliando todos os números da Caixa Seguridade. Acabei de chegar. Vamos primeiro terminar esse trabalho para depois pensar no IPO (oferta inicial pública de ações). Não há uma data”, disse Rezende Neto a jornalistas na manhã desta sexta-feira, 12, sem precisar se a oferta poderia acontecer ainda neste ano.

Rezende Neto, que já foi vice-presidente de Controle e Risco na Caixa Econômica Federal, assumiu o comando da Caixa Seguridade em junho último. Ele foi eleito para um mandato de dois anos após o então presidente da companhia, Josemir Mangueira Assis, ter sido envolvido na Operação Custo Brasil – que investiga propinas na gestão do ex-ministro Paulo Bernardo, de mais de R$ 100 milhões, entre 2010 e 2015, em contratos no Ministério do Planejamento.

O Broadcast, serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado, já havia antecipado, em junho, que o IPO da Caixa Seguridade poderia atrasar com a troca de presidentes. “Estamos revisando todos os cálculos da empresa. O IPO depende das condições de mercado”, reforçou Rezende.

A Caixa desistiu de ir adiante com o IPO da Caixa Seguridade justamente por conta das condições do mercado. A companhia, que chegou a ser avaliada em R$ 30 bilhões, viu essa cifra cair para R$ 14 bilhões com a piora do mercado.

Sobre a conversa com a francesa CNP para a renovação antecipada do contrato de exclusividade com a Caixa Seguros, uma das empresas da Caixa Seguridade, o executivo disse que nesse momento não há nenhuma tratativa oficial. “Qualquer movimento será comunicado. Tivemos conversa no ano passado. Hoje, não há conversa com os franceses”, garantiu Rezende Neto.

A CNP detém o controle da Caixa Seguros, com participação de 51,75%, desde 2001, quando firmou o contrato com a seguradora por US$ 538 milhões durante um prazo de 20 anos. Com a venda, a CaixaPar, braço de investimentos da Caixa, ficou com 48,21%. O acordo está previsto para terminar em 14 de fevereiro de 2021, mas pode ser renovado antes disso para evitar possível ruído no IPO.

FI-FGTS

O presidente da Caixa Econômica Federal, Gilberto Occhi, afirmou que as operações do FI-FGTS estão nos “conformes” e não têm “nenhum desvio”. Apesar disso, o conselho diretor do fundo, segundo ele, mandou investigar todas as 47 operações do FI-FGTS.

“As operações estão sendo investigadas para verificarmos se não há desvio em alguma contratação, mas não é decisão de uma pessoa só. As operações do FI-FGTS passam por 21 pessoas e 21 instâncias”, disse Occhi, em coletiva de imprensa.

A Polícia Federal apura suspeita de corrupção envolvendo Operações do FI-FGTS da instituição. O ex-vice-presidente da Caixa, Fábio Cleto, teria recebido propina em algumas operações do fundo.