As temperaturas mundiais verificadas no mês passado foram as mais altas dos registros históricos para setembro, quebrando os recordes anteriores por uma grande margem, segundo informou o serviço climático da União Europeia. O mês passado foi 0,93ºC mais quente do que a média registrada para setembro entre 1991 e 2020.

Essa é a maior margem de aumento acima da média mensal em 83 anos de registros mantidos pelo Serviço de Mudanças Climáticas Copernicus.

Segundo especialistas, o fenômeno El Niño, de aquecimento das águas do Oceano Pacífico, e as mudanças climáticas em curso são os responsáveis pelo calor. Cientistas se disseram chocados com o aumento verificado. Em termos de elevação das temperaturas, é o mês mais anômalo verificado.

“É impressionante”, disse o diretor do Copernicus, Carlo Buontempo. “Nunca tinha visto nada igual em nenhum outro mês nos nossos registros.”

O ano de 2023 tem tudo para ser o mais quente desde o início dos registros históricos. Os meses de julho e agosto deste ano foram os mais quentes já registrados. Junho aparece em oitavo lugar. E, entre os 30 meses mais quentes desde a Revolução Industrial, setembro deste ano é o único setembro do registro.

As temperaturas muito acima da média para setembro marcam o fim do verão mais quente já registrado no hemisfério norte.

“Este mês de setembro, na minha opinião profissional, como um cientista climático, é completamente insano” escreveu Zeke Hausfather em uma rede social.

Se a temperatura de setembro foi quase um grau acima da média histórica, os números regionais são ainda mais assustadores. Na Europa, por exemplo, foi de 2,5ºC acima da média.

Uma medida importante para a qual os pesquisadores climáticos olham com atenção é a diferença entre as temperaturas atuais e aquelas registradas antes do uso indiscriminado de combustível fóssil em todo o mundo. Por essa comparação, a temperatura de setembro foi 1,75ºC acima da média.