A Câmara dos Deputados aprovou nesta terça-feira, 30, o texto-base da  Medida Provisória 727/2016, que cria o Programa de Parcerias de  Investimentos (PPI). A proposta foi aprovada em votação simbólica, ou  seja, sem contagem nominal de votos. Agora, falta votar os 13 destaques à  matéria.

Primeira MP do governo do presidente em exercício  Michel Temer, a medida tem como objetivo destravar as concessões no  País. O governo defende que o novo formato vai corrigir distorções do  modelo usado até então pela equipe da presidente afastada, Dilma  Rousseff.

O PPI é vinculado à presidência da República e  tem à frente Wellington Moreira Franco como secretário-executivo. Sua  missão será supervisionar todas as operações em que o Estado fará  parcerias com a iniciativa privada para gerar investimentos em  infraestrutura.

A secretaria-executiva do PPI será o braço  operacional do Conselho do Programa de Parcerias de Investimentos da  Presidência da República, criado na mesma medida provisória. Esse  conselho terá o próprio Temer como presidente.

Logo no  início dos trabalhos, os parlamentares rejeitaram um requerimento do PT  para retirada da MP de pauta. A oposição ainda apresentou outros  requerimentos para protelar a votação.

As iniciativas  levaram o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), a alertar os  parlamentares sobre as consequências, uma vez que a ordem do dia ainda  inclui a votação de outras duas pautas importantes para o governo: a  renegociação da dívida dos Estados e o projeto de lei do Senado que  modifica as regras do pré-sal.

“Se não acabar hoje (a sessão), ela vai acabar amanhã até cinco horas da tarde. Só estou avisando”, disse Maia.

Líder  do PT na Câmara, o deputado Afonso Florence (PT-BA) afirmou ser contra a  medida. “Essa medida cria o convite qualificado, que é a legalização da  corrupção, do direcionamento de licitação”, disse o petista. “Além  disso, entrega à iniciativa privada as decisões e (cria) interferência  de projetos que devem ser feitos no País”, emendou o líder.

Outros  deputados da oposição ressaltaram que o PPI “atropela” Estados e  prefeituras ao “convocá-los” a privatizar ativos. Parlamentares  governistas ressaltaram que a medida amplia as parcerias  público-privadas (PPPs), cujo sucesso foi ressaltado pelos integrantes  da base aliada.