As exportações brasileiras de carne de frango para os países árabes atingiram US$ 1,75 bilhão em receita no primeiro semestre de 2025, com leve recuo de 0,53% em comparação com igual período de 2024, segundo dados da Câmara de Comércio Árabe-Brasileira. O resultado reflete o impacto do foco de gripe aviária registrado no Rio Grande do Sul em maio, que interrompeu o crescimento acumulado de cerca de 10% nas vendas observado até abril.

Entre os países árabes, apenas Arábia Saudita e Omã mantêm restrições ao frango gaúcho, enquanto o Catar limita importações apenas da cidade de Montenegro (RS), onde ocorreu o foco em uma granja comercial. “Vemos no momento embarques em bons níveis e atribuímos isso à retomada da relação e à confiança que existe entre os frigoríficos brasileiros e seus parceiros árabes”, afirmou o secretário-geral da Câmara Árabe-Brasileira, Mohamad Mourad, em nota.

Embora o frango tenha mantido desempenho estável, as exportações totais brasileiras para os países árabes no semestre somaram US$ 9,22 bilhões, com queda de 16,93% na comparação anual. Ainda assim, Mourad demonstra otimismo com o segundo semestre. “As maiores economias árabes seguem com indicativos de aquecimento. O consumo segue firme. Podemos não repetir o resultado de 2024, mas teremos números comerciais expressivos, e o Brasil deve seguir com superávit expressivo”, disse.

Entre os produtos com alta nas exportações estão animais vivos, café, obras de ferro fundido e celulose, insumos ligados à indústria de transformação, que indicam atividade econômica aquecida na região.