A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados vai começar a ouvir na semana que vem as testemunhas listadas no processo de cassação da parlamentar Carla Zambelli (PL-SP). Na quarta-feira, 10, estão marcados os depoimentos de Walter Delgatti Neto, o “hacker de Araraquara”, às 10h, e de Michel Spiero, assistente técnico da defesa da deputada, às 14h.

Entre as testemunhas que foram apontadas pelos advogados da parlamentar estão o perito judicial Eduardo Tagliaferro e o blogueiro bolsonarista Oswaldo Eustáquio. O objetivo é reforçar a tese de que Zambelli sofre uma perseguição política.

Tagliaferro é um ex-assessor de Alexandre de Moraes no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que acusou o ministro de adulterar documentos para justificar ações da Polícia Federal (PF). Já Oswaldo Eustáquio é suspeito de ter colaborado e planejado a tentativa de golpe de Estado. Os dois estão fora do Brasil e têm pedidos de extradição apresentados pelo Supremo.

O processo de cassação de Carla Zambelli foi encaminhado à CCJ em junho pelo presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB). O relator é o deputado federal Diego Garcia (Republicanos-PR).

A comissão vai analisar o caso, e, em seguida, o processo será submetido à votação no plenário da Câmara. São necessários 257 votos para que ela seja destituída de seu cargo.

Em maio, Zambelli foi condenada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a dez anos de prisão pela invasão ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Ela contratou Delgatti para o serviço, que também foi condenado e está preso. Além do tempo de reclusão, os ministros determinaram que Carla perdesse o mandato na Câmara.

Carla Zambelli fugiu para a Itália após a condenação do STF. Ela foi presa e está detida no Complexo Penitenciário de Rebibbia, em Roma, onde enfrenta um processo de extradição. Ela teve a prisão preventiva decretada pelo STF por motivo de fuga.