O governo ganhou fôlego de pelo menos algumas horas para negociar a  derrubada do projeto que suspende a regra de cálculo da dívida dos  Estados e municípios com a União. A proposta já estava em discussão no  plenário no início da tarde desta quarta-feira, 9, quando o presidente  da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), teve que encerrar a sessão  extraordinária e reabrir os trabalhos. Com isso, o painel de presença  foi zerado – e não havia, ainda, quórum para votar o projeto.

O número de deputados que registraram presença é de 180 até por volta  das 15h. O mínimo necessário para a votação é de 257 parlamentares.  Cunha afirmou que vai seguir um acordo feito em plenário de manter o  projeto como primeiro item da pauta.

Nas últimas semanas, o governo abriu uma ofensiva para convencer o  Congresso a derrubar o projeto de decreto legislativo, de autoria do  deputado Esperidião Amin (PP-SC).

O texto susta o artigo do decreto presidencial que trata da  metodologia de cálculo dos saldos devedores dos contratos. Pelos  cálculos do governo, a proposta poderia reduzir em R$ 300 bilhões o  valor total que a União tem a receber dos Estados e municípios, hoje em  R$ 463 bilhões.

Cunha criticou a atuação do governo e disse que o projeto apenas  torna ineficaz o decreto presidencial, que poderia ser reeditado no dia  seguinte. “Discurso de que decreto modifica fórmula de juros é  populista”, afirmou, argumentando que a lei aprovada no ano passado pelo  Congresso para mudar os indexadores continua valendo.