13/08/2024 - 11:25
O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou que ao adotar a meta contínua de inflação o Brasil se colocou em conformidade com os demais países, especialmente os do G20, e que cabe ao BC estar sempre atento à missão de cumprir a meta. “A gente tem uma meta, um centro da meta, um intervalo de tolerância, e é importante que o Banco Central esteja sempre atento nessa missão de cumprimento (da meta)”, afirmou, durante audiência da Comissão de Finanças e Tributação da Câmara dos Deputados.
Campos Neto explicou que o tripé da política econômica do País há muito tempo se baseia em três pilares: meta de inflação, câmbio flutuante e responsabilidade fiscal. Essas três variáveis são observadas nas reuniões do Copom. No caso das expectativas de inflação, Campos Neto ponderou que quando o BC toma uma decisão hoje, ela terá efeito num horizonte de 12 a 18 meses.
“É importante você olhar o que as pessoas esperam de inflação na frente. Além disso, quando as pessoas têm uma expectativa de inflação alta na frente, ela se reverbera em aumentos, em antecipação de aumento de inflação, que acaba afetando a inflação corrente. O Banco Central avalia bastante esse processo de ancoragem. Quando a inflação está ancorada, a gente tem um custo de combater a inflação que é muito menor, muito mais linear. Ele é muito menor e muito mais eficiente”, afirmou.
Outro ponto observado é hiato do produto, que é a capacidade de o País crescer sem gerar inflação. “O Banco Central avalia a capacidade, naquele momento, de ter mais ou menos estímulos em termos monetários e a inflação corrente. A inflação corrente é afetada por várias variáveis, incluindo expectativa de inflação e atividade econômica. A gente sempre tenta olhar o qualitativo da inflação corrente para ver se consegue ter alguma leitura sobre o que vai acontecer na frente, se tem alguma coisa que é passageira, se tem uma coisa que começa a ser mais estrutural”, observou.
Ele ainda ponderou que outros países, como o Chile, já descumpriram a meta de inflação mais vezes que o Brasil – aqui, o Banco Central já teve de justificar por sete vezes o descumprimento da meta.