O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse nesta quinta-feira que os governos que destinaram mais recursos para evitar as consequências econômicas da pandemia de coronavírus apresentaram menos impactos. “Quando olhamos o mundo emergente, vemos que países com maiores gastos, como o Brasil, evitaram uma queda mais aprofundada e recuperação mais rápida”, afirmou durante o Congresso Nacional Abrasel, realizado pela Associação Brasileira de Bares e Restaurantes.

Ele comentou sobre o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de países como China e Estados Unidos, por exemplo, que “destoam claramente” de outras economias.

Campos Neto lembrou que a China foi o primeiro país a sofrer com a pandemia e que agora é possível verificar distanciamento em termos de recuperação das economias do mundo. “É normal que tenha descolamento”, avaliou.

O presidente do BC disse ser necessário levar em consideração os diferentes estímulos concedidos pelo governo. Ele mencionou, por exemplo, que os Estados Unidos anunciaram medidas que representaram quase 25% do seu PIB, o maior volume entre os mercados desenvolvidos.

Em relação à América Latina, Campos Neto afirmou haver “ânimo” em relação à reabertura das economias da região e que, no Brasil, começa a ser visto o impacto nas projeções da percepção da piora fiscal e o questionamento sobre o que o Brasil fará para voltar a trilhos.