O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou esta segunda-feira, 28, que a discussão em torno do tema fiscal no mundo tem ficado mais clara, com destaque para os Estados Unidos. “Os Estados Unidos vão gastar US$ 2,0 trilhões neste ano”, pontuou Campos Neto, que classificou o montante como um gasto grande.

O presidente do BC destacou que a taxa de juro real americana subiu em quase todos os prazos, um comportamento incomum mesmo quando há o entendimento de uma inflação um pouco mais persistente. Nessa situação, emendou, o usual uma taxa real que sobe num período de até dois ou três anos, mas começa a cair a partir de cinco ou seis.

Campos Neto acrescentou que o tema fiscal tem sido destaque também na Austrália e em Israel. O mundo passou bem pela pandemia, com programas eficientes, avaliou, mas há resistência de muitos governos em retirar esses programas.

China

Ainda sobre o cenário internacional, o presidente do BC frisou a desaceleração esperada para a economia chinesa e que já no mercado a percepção de que o crescimento para o país pode ficar abaixo de 4,0%. Para Campos Neto, há dificuldade para entender qual será a função resposta do governo local.

“Os mercados na China ainda não mostram uma preocupação na China com uma desaceleração abrupta, mas é algo que sempre preocupa. Mas conseguimos ver que está tendo um fluxo de capital para fora e não para dentro, é algo que não acontece há muito tempo e dá para ver pelo estoques de reservas”, complementou. Os movimentos nos EUA e na China são importantes para o mundo emergente, pontuou.

Campos Neto participa de painel no Warren Institutional Day, em São Paulo.