RIO DE JANEIRO (Reuters) – O número de voos cancelados ou atrasados nos aeroportos de Santos Dumont (RJ) e Congonhas (SP) aumentou até o final desta quarta-feira, em meio a fortes chuvas que atingem o Sudeste e à greve dos aeronautas iniciada na segunda-feira, segundo dados da estatal Infraero.

Até o início da noite desta quarta-feira a Infraero apurou 98 atrasos e 61 cancelamentos no aeroporto de Congonhas e 131 atrasos e 80 cancelamentos no Santos Dumont.

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Até o final da manhã, o terminal carioca registrava 45 cancelamentos de voos e 58 atrasos e no paulista havia 34 cancelamentos e 40 atrasos, segundo a estatal.

A situação foi agravada nas duas cidades por chuvas e nebulosidade nesta quarta-feira, segundo companhias aéreas.

Além dos problemas climáticos, há uma maior adesão de tripulantes à mobilização dos aeronautas iniciada na segunda-feira por melhores salários e condições de trabalho, disse mais cedo o diretor do Sindicato dos Aeronautas, Carlos Eduardo Monteiro. “Essa adesão está aumentando dia após dia… as empresas não apresentam uma nova proposta”, afirmou ele à Reuters.

Os pilotos e comissários iniciaram na segunda-feira greve de duas horas –das 6h às 8h– nos aeroportos de Congonhas, Guarulhos, Galeão, Santos Dumont, Viracopos, Porto Alegre, Brasília, Confins e Fortaleza. A categoria cobra, entre outras reivindicações, reposição salarial da inflação pelo INPC e aumento real de 5%.

Questionada sobre os aumentos de cancelamentos, a Latam <LTM.SN>informou que os problemas em Santos Dumont foram causados por chuvas na região e não pela greve dos aeronautas. A empresa não deu detalhes sobre outros aeroportos. A Azul disse que não comenta a greve, mas também destacou impacto do clima no terminal carioca. A Gol disse que todos os voos previstos para o horário da greve foram realizados, citando “alguns atrasos”.

O Sindicato dos Aeronautas disse que aguarda uma nova proposta das empresas para decidir os rumos da mobilização.

(Por Rodrigo Viga Gaier, edição Alberto Alerigi Jr.)

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