Dois candidatos que disputam as eleições de outubro declararam à Justiça Eleitoral, juntos, R$ 2,4 milhões em dinheiro vivo apreendido em operações policiais. O patrimônio bloqueado está nas declarações de bens entregues ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) no registro das candidaturas.

Alvo de investigação por desvio de emendas parlamentares, o deputado federal Josimar Maranhãozinho (PL-MA) foi flagrado em investigação da Polícia Federal manipulando maços de dinheiro.

O parlamentar indicou os R$ 2,3 milhões confiscados como “dinheiro em caixa apreendido”. Maranhãozinho foi flagrado guardando dinheiro em uma ação policial que instalou câmeras ocultas no escritório político dele. Próximo ao presidente do PL, Valdemar Costa Neto, Josimar Maranhãozinho tenta a reeleição à Câmara e já recebeu R$ 500 mil da cúpula nacional do seu partido para a campanha.

Ex-prefeito de Mauá (SP), Átila Jacomussi (Solidariedade) informou ao TSE ter R$ 87 mil em dinheiro vivo “apreendido em operação federal, devidamente declarado junto à Receita Federal”.

O político chegou a ser preso duas vezes, em 2018, no curso de investigações da PF sobre suspeitas de pagamentos de propinas por empresas que prestavam serviços à prefeitura. Ambos negaram as acusações feitas pela investigação e não têm impedimento para concorrer às eleições deste ano. As candidaturas dos dois aparecem como deferidas pela Justiça Eleitoral.

Como mostrou o Estadão, um outro grupo de candidatos declarou à Justiça Eleitoral de joias a obras de arte como patrimônio. Segundo dados do TSE, 193 políticos registraram possuir alguma preciosidade, como livros raros, pedras preciosas, gravuras históricas e obras de arte. São R$ 62,6 milhões em itens pouco usuais acumulados por cidadãos com renda média.