18/08/2004 - 7:00
O Brasil está se tornando uma espécie de eldorado para os fabricantes de câmeras digitais. O apetite da moçada pelas ?pequenas notáveis? se refletiu no caixa das empresas do setor. Desde 2001, as vendas de máquinas cresceram mais de 10 vezes para as 400 mil unidades estimadas para este ano. Com isso, o faturamento do segmento dobrou para R$ 7 bilhões no período 2002-2003. Quem está feliz com a paisagem do mercado brasileiro são os japoneses da Canon, conglomerado de US$ 30 bilhões. Na semana passada, Nobuo Ijichi, presidente da divisão latino-americana da Canon, desembarcou em São Paulo para anunciar uma importante mudança de postura em relação à filial local. ?A partir de agora, todos os equipamentos que saírem da linha de montagem na Ásia serão enviados simultaneamente para o Brasil e os Estados Unidos?, disse o executivo. E não é pouca coisa. A Canon é a empresa que mais lança produtos no mundo. São cerca de 200 por ano. ?Em matéria de registro de patentes só perdemos para a IBM?, conta Ijichi. Com isso, ele espera consolidar a posição de liderança da empresa, sem deixar margem para que sua principal rival, a Sony, ganhe terreno. O País colabora com US$ 900 milhões das receitas globais da Canon.
As câmeras PowerShot e as impressoras Pixma ? lançadas na semana passada na PhotoImage, principal feira do setor ? se enquadram na nova filosofia. Elas aliam recursos sofisticados com simplicidade operacional e têm como foco os consumidores que gostam de inovações mas não têm paciência de ler manuais longos e complicados. Com a IP3000, por exemplo, é possível imprimir fotos e textos dos dois lados do papel. Para tanto basta conectar a máquina diretamente na impressora. É o fim dos laboratórios? Ijichi assegura que não. ?É um aparelho para uso doméstico e de pequenas empresas?, explica.
Apesar de toda a tecnologia que cerca o universo da fotografia, o executivo da Canon ainda vê um longo e promissor futuro para as velhas câmeras desprovidas de qualquer recurso e alimentadas por películas. Essas peças representam 70% dos ganhos da multinacional nipônica no mercado mundial de imagem. Para a alegria de Kodak, Fuji e outras que produzem os filmes.