“Eu era parte do problema e agora sou um homem que quer ser parte da solução”, afirmou o cantor e rapper Jelly Roll, que pediu, nesta quinta-feira (11), ao Congresso dos Estados Unidos que seja “pró-ativo” contra o fentanil.

“Já fui a mais funerais do que gostaria de compartilhar com todos vocês”, disse aos congressistas durante uma sessão do Comitê de Assuntos Bancários, Habitacionais e Urbanos do Senado sobre esse opioide que a cada ano causa dezenas de milhares de mortes por overdose nos Estados Unidos.

“Poderia me sentar aqui e chorar durante dias pelos caixões que carreguei de pessoas que amo profundamente, no mais fundo da minha alma”, acrescentou o rapper que se tornou cantor de country, durante sua emotiva intervenção.

Disse aos congressistas que ele não era republicano nem democrata, na verdade, tem o direito ao voto restringido devido aos seus antecedentes criminais, mas “o fentanil ultrapassa o partidarismo e a ideologia”.

“É o momento de que sejamos pró-ativos e não reativos. Fomos reativos com o crack, fomos reativos com os opioides”, afirmou Jason DeFord, mais conhecido como Jelly Roll.

O duas vezes indicado ao Grammy instou a aprovar o projeto de lei FEND Off Fentanyl Act, adotado em julho pelo Senado, mas pendente de aprovação na Câmara de Representantes, que permitirá o governo expropriar bens das organizações criminosas que traficam o fentanil.

Os Estados Unidos asseguram que o fentanil é fabricado pelos cartéis mexicanos com substâncias químicas procedentes da China.

“Quando eu vendia drogas, acreditava sinceramente que vender drogas era um crime sem vítimas” e agora “tenho uma filha de 15 anos cuja mãe é usuária de drogas”, contou o cantor.

“Todos os dias tenho que me perguntar (…) se hoje será o dia em que terei que dizer à minha filha que sua mãe passou a fazer parte da estatística nacional”, lamentou.

Jelly Roll assegura que em cada show é testemunha do impacto desolador do fentanil, porque seus fãs “buscam consolo” na música.

“Essas pessoas anseiam por ter a segurança de que seus congressistas, na verdade, se preocupem mais com a vida das pessoas do que com a ideologia e o partidarismo”, considerou.