23/11/2020 - 18:33
O grupo Caoa, que produz veículos das marcas Hyundai e Chery em Anápolis, no interior de Goiás, anunciou nesta segunda-feira, 23, o plano de investir R$ 1,5 bilhão nos próximos cinco anos. O anúncio ocorre poucos dias após o presidente Jair Bolsonaro ter sancionado Medida Provisória que prorroga por mais cinco anos incentivos fiscais para montadoras do Centro-Oeste.
A montadora pretende direcionar os investimentos ao lançamento de novos modelos e marcas. Hoje, são produzidos na fábrica os utilitários esportivos Tiggo, da Chery, e ix35 e New Tucson, da Hyundai. A Caoa também monta caminhões de carga leve da Hyundai em Anápolis.
O plano de investimento da montadora deve gerar 2 mil empregos diretos, segundo estimativa da própria empresa. A ideia é atrair também fornecedores para perto da operação quando a produção anual ultrapassar as 100 mil unidades, gerando 10 mil novos empregos diretos se isto acontecer. Hoje a fábrica tem capacidade de produzir 86 mil veículos por ano.
Ao anunciar o plano de investimento de R$ 1,5 bilhão, Mauro Correia, presidente da Caoa, informou que o grupo planeja produzir uma terceira marca no local, onde já monta veículos da Hyundai e da Chery. Embora ele não tenha confirmado, é possível tratar-se da marca de modelos de luxo da Chery chamada de Exeed.
Segundo o executivo, a montadora está em estágio “bem adiantado” no estudo de produção da nova marca.”Estamos bem adiantados nesse estudo”, afirmou Correia. A Exeed foi criada em 2017 focada em utilitários-esportivos (SUVs).
Durante discurso no evento, que tem a participação do governador de Goiás, Ronaldo Caiado (DEM), Correia anunciou a intenção de lançar dez novos carros no período dos investimentos, entre modelos novos e renovação dos atuais, introdução de tecnologias de eletrificação e a nova marca. A montadora também tem planos de expandir de 101 para 150 lojas o total de concessionárias da marca Caoa Chery.
Em seu discurso, Caiado afirmou que houve “forças contrárias à prorrogação da MP”, que venceria no fim deste ano. Ele se referia a queixas públicas feitas pela Toyota, para quem a prorrogação do incentivo – que passa a ter duração total de 15 anos – dificulta novos investimentos por falta de previsibilidade.(Colaborou Cleide Silva)