DOHA (Reuters) – Cenas caóticas aconteceram dentro e fora da Fan Fest no Al Bidda Park, em Doha, no domingo, uma hora antes do início da partida de abertura da Copa do Mundo entre o anfitrião Catar e o Equador, depois que os organizadores permitiram que muitos torcedores entrassem no recinto.

O local tem capacidade para 40 mil pessoas, mas pelo menos o dobro desse número tentou entrar e por muito tempo muitos foram deixados em uma área de espera entre o parque principal do festival e a entrada do perímetro.

A polícia percebeu o problema e teve que conduzir os torcedores irados para fora do local.

+ Cores, discursos e Morgan Freeman marcam abertura da Copa do Mundo

+ Copa do Mundo do Catar começa com grandes apostas para anfitriões

+ Técnico da França decide não substituir Benzema na equipe

+ Advogado trabalhista explica direito a folgas em dias de jogos da Copa

“Foi perigoso”, disse à Reuters um torcedor carregando uma criança de quase quatro anos, que havia saído da área de espera. “Eles deixaram muitas pessoas entrarem. Nunca chegamos à área principal e fiquei feliz em sair.”

A polícia levou cerca de 45 minutos para retirar o excesso de torcedores da área.

Frustrados, torcedores locais, voluntários e mídia ficaram visivelmente contrariados com a polícia, mas torcedores de outros países pareciam mais compreensivos.

Enquanto havia caos na área de espera, o cenário dentro do parque parecia agradável, com os torcedores brasileiros Andrea Nascimento e Raphael de Jesus curtindo o clima.

“Acho que o Catar será um grande anfitrião. Agora que os jogos estão começando, a vibração está aumentando”, disse Jesus. “Esta é a minha terceira Copa do Mundo depois de 2014 e 2018, e até agora tudo foi muito bem organizado.”

Ele a descreveu a Copa como “uma festa que envolve muitos países do mundo. O mundo precisa disso porque há muitos problemas no momento e o esporte une as pessoas”.

MÚLTIPLAS BANDEIRAS

No famoso mercado Souk Waqif, fãs de todo o mundo convergiram, com muitas bandeiras da Arábia Saudita e do Irã em exibição, além de uma forte representação sul-americana.

Por 20 riais do Catar (cerca de 30 reais), os torcedores podiam dar três voltas nas costas de um camelo com focinheira, vigiados pelos estúdios das emissoras de TV.

À medida que se aproximava o pontapé inicial da Copa, as ruas estreitas do Souk começaram a esvaziar e o ar voltava a ficar impregnado com o cheiro de especiarias e frutas secas à venda fora das várias lojas.

Os fãs se reuniram próximos dos estúdios de TV, esticando o pescoço para tentar ver a ação nas telas grandes pelas janelas.

Um grupo de fãs estava sentado dentro de um Majlis, uma sala de estar com ar-condicionado, com os olhos grudados na tela da televisão.

Várias mesas preparadas para Shatranj, uma forma antiga de xadrez, estavam vazias do outro lado da sala enquanto a febre do futebol tomava conta dos clientes no Majlis.

(Por Nick Said e Rohith Nair e Philip O’Connor)